Noticias 2016

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

Desde o último dia 7, a Aduff-SSind realiza vigília, em tenda armada nos jardins da Reitoria da UFF, para protestar contra a aprovação da PEC 55 e da PEC 287 (Reforma da Previdência). De acordo com a direção da seção sindical do Andes-SN, o momento exige reação às políticas do governo federal que aprofundam a desigualdade no país e esvaziam o papel social do Estado, mercantilizando Saúde e Educação.

Essas questões foram abordadas, em roda de conversa, após a exibição de “Torre de Marfim” (2014), documentário de Andrew Rossi, que problematiza a crise no sistema universitário norte-americano e o crescente endividamento de estudantes – cerca de U$1 trilhão de dólares - devido ao alto custo das mensalidades. De acordo com o presidente da Aduff-SSind, Gustavo Gomes, a temática é pertinente porque projeta a realidade que se apresenta para o Brasil.

Segundo o presidente da Aduff, “Torre de Marfim” indica a necessidade de se repensar o modelo de ensino que trata os estudantes como clientes e a defesa da gratuidade da Educação – discussões que estão na ordem do dia para a sociedade brasileira, sobretudo após as propostas de reduzir, por duas décadas, os investimentos da União em setores públicos, como determina a PEC 55. “Com a Proposta de Emenda Constitucional, a Universidade irá à mingua e, sem recursos, reduzirá vagas e oportunidades”, comentou Gustavo Gomes, que leciona no Curso de Serviço Social da UFF.

Como lembrou o docente, ao mesmo tempo em que o governo anunciou a necessidade de cortar gastos públicos, recentemente liberou mais R$2,5 bilhões de recursos ao Fies – Fundo de Financiamento Estudantil, favorecendo as empresas privadas com o dinheiro da União. Além disso, reportagens da mídia comercial indicam que cerca de 50% dos estudantes que cursaram o ensino superior em instituições particulares, contratando empréstimo pelo Fies, hoje não conseguem arcar com o pagamento da dívida.

A docente Kátia Maria, do curso de Química, observou que, assim como o governo brasileiro pretende fazer com a PEC 55, ao alterar justamente o artigo (212) da Carta de 1988 que garante o repasse de, no mínimo, 18% dos recursos para a Educação, a experiência norte-americana indica a falta de proteção constitucional ao estudante. “Não vi menção, no vídeo, menção à Constituição dos Estados Unidos, resguardando o direito do aluno à Educação”, comentou.

- Resistência -

Para Gelta Xavier, vice-presidente da Aduff e professora da Faculdade de Educação, o filme apresenta, sobre diversos ângulos, o debate que atinge a luta pela gratuidade do ensino e o significado das ocupações estudantis. Ela se referiu não apenas à primavera secundarista que, recentemente, mobilizou o Rio de Janeiro e outros estados do país em defesa da Educação Pública, ou ainda às ocupações dos universitários, à exemplo do que ocorre na UFF, contra a Pec 55 e a Medida Provisória 746.

A docente mencionou a vitória de um grupo de estudantes da “Cooper Union For The Advancement of Science and Art”, em Nova Iorque – instituição secular; uma das poucas a ofertar ensino superior gratuito nos EUA – que, por 65 dias – a mais longa ocupação realizada no país – conseguiram reverter à privatização. Por meio da mobilização e da resistência estudantil, a Reitoria retrocedeu quanto à cobrança de anuidade escolar. “É necessário alimentar a luta em relação aos valores e aos princípios; é revolucionário manter os cursos gratuitos no Brasil”, considerou a docente.

- Vigília contra a PEC 55 segue até dia 13 -

A montagem da tenda no jardim da reitoria da UFF deu início à vigília organizada pelos professores na luta contra a retirada de direitos e o desmonte da educação e dos serviços públicos. A estrutura permanecerá montada até o dia 13, data em que está prevista a votação da PEC 55, em segundo turno, no Senado Federal. Haverá transmissão ao vivo da sessão legislativa que definirá os rumos da sociedade brasileira.

Nessa segunda-feira (12), às 19h, ocorre o debate com o professor de Física da UFF Rodrigo Negreiros: “Ondas Gravitacionais e a Nova Era da Astronomia".

Debate ocorreu na tenda armada nos jardins da Reitoria da UFF, durante vigília contra a PEC 55

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

A 'reforma da Previdência' do governo Temer é uma "isonomia às avessas", pois rebaixa os direitos previdenciários de todos os trabalhadores - nivelando por baixo servidores públicos e trabalhadores do setor privado. É o que afirmou a professora Sara Granemann, da Escola de Serviço Social da UFRJ, durante debate que acontece na tarde e início da noite deste sábado (10), na Vigília Contra a PEC do Fim do Mundo (PEC 55), na tenda armada nos jardins da Reitoria da UFF.

A professora também disse que estuda a Previdência Social há muitos anos e jamais viu algo "tão desastroso para a classe trabalhadora" quanto a proposta encaminhada esta semana pelo presidente Michel Temer (PMDB) ao Congresso Nacional. Sara disse ainda que a proposta é "machista", ao tentar igualar as condições de aposentadoria de homens e mulheres.

As relações entre a reforma da Previdência e a PEC 55 também foram abordadas por Sara. A professora observou que se a chamada 'PEC do Fm do Mundo' fixa tetos para saúde e educação, também o faz para a Previdência Social - o que a reforma agora apresentada tentará adequar.

A docente da UFRJ disse, porém, que acredita que as mobilizações dos trabalhadores tem capacidade para deter essas medidas. O debate ocorreu nos jardins da Reitoria e reuniu cerca de 30 pessoas.

- Haverá recreação para crianças; pais e responsáveis interessados devem enviar dados até quarta-feira (14) para a Aduff-SSind -

A Assembleia Geral dos Docentes da UFF acontece na próxima quinta-feira (15), às 15h, NA QUADRA DA EDUCAÇÃO FÍSICA (Campus do Gragoatá), para debater os seguintes pontos de pauta: 1. Informes; 2. Esclarecimento da Assessoria Jurídica da Aduff-SSind sobre a PEC 287 (Reforma da Previdência); 3. Conjuntura e avaliação da Semana de Mobilização; 4. Delegação para o 36° Congresso do Andes-SN (23 e 28 de janeiro de 2017, em Cuiabá – MT); 5. Outros assuntos; 6. Encaminhamentos.
Não é necessário ser sindicalizado à Aduff-SSind para ter direito à voz e ao voto nas assembleias da categoria. O docente só precisa apresentar documento de identificação com foto e a comprovação de vínculo profissional com a UFF.
- Recreação para crianças –

A próxima assembleia geral dos professores da Universidade Federal Fluminense, convocada pela Aduff-SSind, terá espaço de recreação para filhos de pais ou responsáveis que desejem participar e necessitem do serviço, oferecido gratuitamente para a categoria.
Os interessados devem encaminhar mensagem eletrônica para o sindicato (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.), até quarta-feira (14), informando o nome da (s) criança (s), idade, eventuais restrições alimentares e quaisquer outros dados relevantes.
O espaço de recreação será na sede da seção sindical, na rua Lara Vilela 110, em São Domingos.

Nova assembleia acontece na próxima quinta (15), às 15h, em local a definir

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Reunidos na tarde desta quinta-feira (08), em assembleia geral da categoria, os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) deliberaram pela manutenção das atividades de mobilização e da vigília contra a PEC 55, as reformas do Ensino Médio e da Previdência e demais medidas que compõem o pacote de austeridade do governo Temer.

Os docentes também aprovaram a participação em ato unificado no Rio de Janeiro, no dia 13, caso esta seja a deliberação da reunião do fórum de servidores públicos federais, que acontece na noite de hoje, no Rio. Votaram também pela realização de debates sobre a reforma da previdência e pela elaboração de materiais e vídeos didáticos sobre o tema.

A montagem da tenda no jardim da reitoria, na manhã de quarta (07), deu início à vigília organizada pelos professores na luta contra a retirada de direitos e o desmonte da educação e dos serviços públicos. A estrutura permanecerá montada até o dia 13, data em que está prevista a votação da PEC 55, em segundo turno, no Senado Federal. Uma agenda de atividades está sendo montada de maneira colaborativa entre os docentes para ocupar o local; a programação permanece aberta para incorporações de propostas de atividades. O encerramento da vigília acontece no dia 13 com a exibição da votação da proposta de emenda constitucional, no Senado.

Congresso do ANDES-SN

Entre os dias 23 e 28 de janeiro, acontece em Cuiabá (MT) o 36° Congresso do ANDES-SN, congresso anual do sindicato nacional e instância máxima de deliberação do movimento docente do país. A direção da Aduff-SSind passou uma lista na assembleia para mapear o número de professores interessados em participar do evento. No início de janeiro, em data ainda a definir, a entidade realizará um seminário para debater o Caderno de Texto do Congresso. A participação no seminário é condição necessária para a ida ao evento.

Confira a programação da vigília organizada pelos docentes, na tenda montada na Reitoria da UFF

Por maioria, ministros decidem que Renan pode presidir o Senado, mas não pode presidir o país. ‘Foi acordo vergonhoso para votar PEC 55’, diz servidor

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Foto: Agência Senado

Ministros do Supremo Tribunal Federal contrariaram decisões anteriores para manter Renan Calheiros na presidência do Senado. Com isso, um réu acusado de peculato nesta corte e investigado em 11 inquéritos terá papel preponderante na votação de uma emenda constitucional que, se aprovada, terá impactos profundos no país pelas próximas décadas. Por seis votos a três, os ministros decidiram que Renan está apto a presidir o Senado, mas não pode presidir o país.

Para chegar ao resultado que manteve o senador alagoano no cargo, o STF contradisse processo similar que afastou o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Também se chocou com julgamento em curso no qual seis ministros já se posicionaram a favor do entendimento de que réus em ações penais não podem ocupar cargos que se encontrem na linha sucessória do presidente da República. A ação está parada devido a um pedido de vista do ministro Dias Tofolli, que nesta quarta (7) votou a favor da permanência de Renan no cargo.

Por trás da decisão, há o reconhecimento praticamente explícito de ministros favoráveis a Renan de que a decisão tem relações políticas e econômicas e não legais. Isso ficou nítido já no primeiro voto, do decano Celso de Mello, também favorável a Renan. Ele disse que “não se justifica o afastamento cautelar", uma "medida extraordinária com grande impacto na agenda legislativa" em meio "à gravíssima crise que atinge e assola o país".

Votaram ainda para manter Renan no cargo Teori Zavascki, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e a presidente do tribunal, Cármen Lúcia. Defenderam o afastamento Marco Aurélio Mello, relator do processo, Edson Fachin e Rosa Weber. Não participaram Gilmar Mendes, que está no exterior, e Luís Roberto Barroso, que se declarou impedido de julgar o caso.

Réu

Na véspera, Renan havia se negado a cumprir a decisão liminar do ministro Marco Aurélio de Mello, que determinou o imediato afastamento do senador do cargo que ocupava, em ação movida pela Rede Sustentabilidade. Em nota assinada por toda a Mesa Diretora, o parlamentar usou o calendário de votação da PEC 55 (241) entre os argumentos para não acatar a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal que o destitui do cargo.

O parlamentar pemedebista tornou-se réu em ação do STF que analisa denúncia de que contas particulares dele teriam sido pagas por empreiteira – o caso é antigo e já levou Renan a renunciar ao cargo e à Presidência do Senado no passado para fugir da cassação por quebra de decoro. “É um acordo vergonhoso para garantir a PEC 55, uma gambiarra jurídica. Tira da linha sucessória, mas fica para atacar os trabalhadores”, critica o servidor do Ministério Público da União Saulo Arcangeli, da coordenação da CSP-Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas).

‘Deboche institucional’

Ao votar na tarde desta quarta (7), Marco Aurélio afirmou que não afastar Renan seria um “deboche institucional”. A contundência dos discursos do relator e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também favorável ao afastamento, fez o jornalista Jorge Bastos Moreno, colunista de “O Globo”, divulgar nota na qual via como possível a derrota de Renan, considerada improvável no início da sessão, já que a presidente Cármen Lúcia teria articulado um acordo no qual ele seria mantido no cargo, mas excluído da linha sucessória da Presidência da República – o que contraria o que está previsto na Constituição Federal.

Como se viu, a aposta do colunista de “O Globo” não se confirmou. O que se confirmou foi a desconfiança de que os ministros da mais alta corte do país se sentem à vontade para definir seus votos de acordo com as circunstâncias e interesses que não estão, ou não deveriam estar, nos autos. Por outro lado, é inegável que o episódio expôs o Supremo – e provavelmente reflete um receio de que a impopular ‘PEC do fim do mundo’, como a apelidaram os movimentos que a contestam, e a mais impopular ainda reforma da Previdência, enviada ao Congresso Nacional no mesmo dia do afastamento de Renan, corram o risco de patinar caso não sejam votadas às pressas.

Docentes realizam vigília nos jardins da reitoria, em Icaraí, até o próximo dia 13. Em roda de conversa, afirmam que PEC e Reforma da Previdência são duas vertentes da política de austeridade fiscal do governo

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind.

"A PEC 55 não está sozinha; integra a política de austeridade do governo", disse Bianca Imbiriba, professora da Faculdade de Economia da UFF, em roda de conversa realizada na tarde dessa quarta-feira (7) - Dia de Paralisação Docente. Ela e Marinalva Oliveira, docente do curso de Psicologia da UFF em Volta Redonda e ex-presidente do Andes-SN, estiveram nos jardins da reitoria da Universidade Federal Fluminense, em Icaraí, para discutir a conjuntura política nacional. Para as debatedoras, a PEC 55 é apenas parte de um projeto muito maior de readequação do papel do Estado – cada vez mais subserviente ao capital internacional, favorecendo a iniciativa privada – e de desmonte da Saúde e da Educação Pública.

Segundo Bianca, é preciso desconstruir os argumentos falaciosos do governo federal, que afirma haver uma crise fiscal para levar adiante a Proposta de Emenda Constitucional – PEC 55, prestes a ser apreciada em segunda votação no Senado. Para a docente, não há desequilíbrio fiscal nas contas do setor público que justifique estabelecer, por 20 anos, um teto para os gastos primários do governo, que serão reajustados somente de acordo com a inflação do ano anterior.

“A dívida não aumenta por conta do gasto primário; e nem toda dívida resulta de aumento de gastos – muitas vezes, está associada à política monetária”, problematizou. Para a docente, é injusta a afirmação de que nos últimos anos houve gastança; mas sim, queda na arrecadação (receita) e estímulo à política de desonerações fiscais.

De acordo com Bianca, a experiência de outros países em relação à política uma econômica austera comprova que o Brasil segue em contramão. “Diante da crise de 2008, esses países tiveram que rever o pacote de austeridade. Não existe paralelo a essa política proposta pelo governo brasileiro e, muito menos, com alterações na Constituição”, considerou a docente, que alertou que está na berlinda o último foco de resistência à política neoliberal: o mercado de trabalho, com a proposta de Reforma da Previdência.

“Setor público vai pagar crise criada por empresários”, diz ex-presidente do Andes-SN

Assim como Bianca Imbiriba, Marinalva Oliveira também criticou os argumentos governistas para a aprovação da PEC 55. “Quem criou a crise foi o setor privado. Quem vai pagar a conta é o público”, disse.

De acordo com a ex-presidente do Andes-SN, tal proposta não congela investimentos; corta gastos, principalmente de programas sociais, saúde e educação. É uma emenda à Constituição porque tem como objetivo alterar um único artigo da Carta de 1988, o de número 212, que assegura que a “União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino”.

Para Marinalva Oliveira, a PEC 55 tem que ser pensada a partir da disputa política sobre a coisa pública, tendo em mente as diretrizes de documentos do Banco Mundial, especialmente dos anos de 1995 e 2000. Segundo a docente, há muito essa instituição internacional sinalizou que a educação superior é o gargalo da crise econômica brasileira; o que está por trás dessa afirmativa é, na verdade, a disputa pelo fundo público. Citou como exemplo o Programa Universidade Para Todos – ProUni que possibilitou o enriquecimento de empresas privadas com o dinheiro público, não sem antes mencionar as tentativas de interferência dessas diretrizes neoliberais na Educação Superior brasileira por meio de iniciativas como a Reforma Universitária (2004).

A docente também indicou que a PEC 55 abre espaço para a privatização da Universidade, que deverá funcionar a partir da lógica gerencial e empresarial, já que, com a suspensão dos concursos públicos, vai lançar mão dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb para fomentar a contratação de Organizações Sociais. Avalia ainda que haverá uma disputa fratricida entre os professores, em busca por recursos para tocar seus projetos de pesquisa, já que não contarão com financiamento público, cada vez mais escasso.

“Importante frisar que nossa luta não termina com a PEC 55; mas é maior do que isso, pois essa proposta está diretamente relacionada à Reforma Trabalhista e Previdenciária; ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que regulamenta a terceirização; e ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 204/16 – esquema semelhante ao que quebrou a Grécia”, segundo denunciou a fundadora do coletivo Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli”, afirmou Marinalva Oliveira.

O PLS 204 que dispõe sobre a cessão de direitos creditórios originados de créditos tributários e não tributários dos entes da Federação, mas para isso, a lei autoriza a criação de empresas denominadas Sociedades de Propósito Específico (SPE), que são empresas estatais não dependentes (não estão sujeitas aos órgãos de controle do estado, como TCU, CGU) cujos sócios majoritários são os estados e municípios. O principal negócio dessas empresas não dependentes é a emissão de debêntures (papéis financeiros), sobre os quais incidem juros estratosféricos. Recursos públicos que deixarão de ir para saúde e educação irão alimentar esse esquema.

Segundo Marinalva, a sociedade deve reivindicar a auditoria da dívida pública porque assim será evidenciado que não existe o cenário de crise econômica que o governo federal fomenta para legitimar projetos que desmontam políticas sociais, investimento em Saúde e Educação Públicas e retiram direitos duramente conquistados pelos trabalhadores.

ATENÇÃO: o local da assembleia foi alterado!

A próxima assembleia geral dos professores da UFF acontece na quinta-feira, dia 8 de dezembro (quinta-feira), às 15h, no auditório da Faculdade de Educação (Bloco D, campus do Gragoatá) - e não na quadra da Educação Física, como divulgado anteriormente.

Não é necessário ser sindicalizado à Aduff-SSind para ter direito à voz e ao voto nas assembleias da categoria. O docente só precisa apresentar documento de identificação com foto e a comprovação de vínculo profissional com a UFF.

Tempo a mais de contribuição poderia chegar a 16 anos no caso de homens. Novas regras valeriam para todos os trabalhadores civis. Militares são poupados

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Trabalhadoras com menos de 45 anos e que tenham ingressado no mercado aos 18 anos de idade e contribuído para a Previdência vão ter que trabalhar 17 anos a mais para se aposentar, caso a proposta de 'reforma' do governo Michel Temer seja aprovada. No caso mais extremo, a mulher nessas condições que tenha iniciado a vida laboral aos 14 anos terá que contribuir por 21 anos além dos hoje exigidos para fazer jus à aposentadoria por contribuição. Com isso, trabalharia ao longo de 51 anos da vida.

Tais situações seriam decorrentes da definição da idade mínima de 65 anos para todos os trabalhadores dos setores públicos e privados, proposta na emenda constitucional enviada pelo presidente Temer ao Congresso Nacional e que terá que tramitar na Câmara e no Senado. A nova regra, caso aprovada, valeria para segurados do Regime Geral da Previdência, vinculado ao INSS, e para os regimes próprios de servidores públicos das três esferas de governo. Estariam livres dela apenas mulheres com 45 anos ou mais e homens com 50 anos ou mais, que seriam incluídos numa regra de transição (na qual haveria um pedágio de 50% a mais no tempo que falta para constituir as exigências necessárias para requerer o benefício).

O tempo a mais exigido para a aposentadoria, para quem não se enquadra na regra de transição, dependerá da idade e do período de contribuição de cada um. Não devem ser poucos, porém, os casos de trabalhadores que possam se enquadrar nas situações extremas. Ao menos é o que se deduz da recente revelação de estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), que mostra que 44% dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros começam a trabalhar antes dos 14 anos de idade, mesmo que em relações informais.

A modificação viria acompanhada da fixação da idade mínima de 25 anos de contribuição para que se possa usufruir o benefício, como critérios para todos os trabalhadores – com exceção dos militares das Forças Armadas, que não foram atingidos pela proposta de 'reforma'.

Hoje o tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria por idade é de 15 anos. Para aposentadoria por tempo de contribuição, é de 30 anos para mulheres e 35 para homens.

Movimentos sindicais e sociais se opõem ao ‘pacote da Previdência apresentado pelo governo nesta terça e devem convocar mobilizações para contestá-las. O anúncio foi feito por meio do secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, em entrevista coletiva.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

Réu e investigado em 11 inquéritos, presidente do Senado não acata decisão de ministro do STF e cita proposta que congela despesas não financeiras por 20 anos para justificar atitude

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O presidente afastado do Senado, Renan Calheiros, usou o calendário de votação da PEC 55 (241) entre os argumentos para não acatar a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal que o destitui do cargo. Isso consta no documento da Mesa Diretora apresentado pelo senador, que teria sido assinada por todos os integrantes, inclusive Jorge Vianna (PT-AC), vice-presidente da Casa que assume com a eventual saída do presidente. Na versão inicial do texto, segundo divulgado por jornalistas, os senadores alegam que vão aguardar a decisão do Pleno, composto pelos 11 ministros, para definir o que será feito. Esse trecho teria sido excluído.

Não há previsão legal, nestes termos, para não cumprir uma decisão, mesmo que monocrática, do STF, instância máxima do Judiciário no Brasil. Em tese, Renan pode ser preso por descumprir uma determinação judicial. Também poderia ser alvo de denúncia por quebra de decoro, o que lhe custaria o mandato. Nada indica, porém, que isso vá ocorrer agora.

Renan foi afastado da Presidência do Senado por decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, com base no entendimento de que ninguém que seja réu pode ocupar cargo que esteja na linha sucessória do presidente da República. Renan é o terceiro a ocupar o posto caso Temer seja afastado ou se licencie provisoriamente do cargo. O documento elaborado pela Mesa Diretoria, da qual Renan faz parte, também cita como razões para não cumprir a decisão o fato dela ser monocrática – foi tomada apenas pelo ministro Marco Aurélio, que já havia solicitado que o Pleno do STF julgue a questão. Isso deve ocorrer nesta quarta-feira (7).

O senador alagoano tornou-se réu em ação do STF que analisa denúncia de que contas particulares dele seriam pagas por empreiteira – o caso é antigo e já levou Renan renunciar ao cargo e à Presidência do Senado no passado para fugir da cassação por quebra de decoro. Ele também é investigado em outros 11 inquéritos. O Supremo já possui maioria de votos favoráveis à tese de que ninguém que responda a processo judicial pode assumir cargos que estejam na linha sucessória da Presidência da República.

Seis ministros se posicionaram favoravelmente a esse entendimento, no julgamento que está suspenso porque o ministro Dias Tofolli pediu vistas ao processo. O relator é o próprio Marco Aurélio e foi seguido pelos ministros Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello. No provável julgamento desta quarta (7), não vão participar os ministros Gilmar Mendes e Luiz Barroso. O primeiro, está viajando; e o segundo, se declarou impedido por já ter advogado para o escritório de advocacia que moveu a ação a pedido da Rede Solidariedade.

Segundo turno

A apreciação da PEC 55 está prevista para 13 de dezembro, penúltimo dia de sessão marcada para esse ano no Senado. A proposta de emenda constitucional ‘congela’ as despesas dos orçamentos federais em termos reais por 20 anos e pode levar a perdas de recursos de áreas como saúde e educação.

A PEC foi votada em primeiro turno no Plenário do Senado no dia 29 de novembro, em meio a protestos que reuniram cerca de 30 mil pessoas em Brasília. O ato foi duramente reprimido pela Polícia Militar. Com o impasse criado, não se sabe o que ocorrerá com relação ao segundo turno.

O senador Jorge Vianna não se pronunciou em público sobre o que pretende fazer caso assuma a Presidência efetivamente. Em uma breve entrevista a jornalistas, na tarde desta terça (6), Renan deu a entender que o calendário será mantido – mas não chegou nem a ser direto nem enfático nessa previsão.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Renan em breve entrevista a jornalistas na manhã desta terça (6) - Jane Araujo Ag, Senado

Docentes estão convidados a ocupar espaço e sugerir atividades no local; às 16h desta quarta, Aduff-SSind realiza roda de conversa sobre a proposta de emenda constitucional que pode ‘congelar’ por 20 anos as despesas com serviços públicos no país

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O dia de paralisação docente na Universidade Federal Fluminense (UFF) teve início na manhã desta quarta (07), com a instalação de uma tenda no jardim da Reitoria da instituição. A montagem da tenda dá início a uma vigília organizada pelos professores, na luta contra a PEC 55. A estrutura permanecerá montada até o dia 13, data em que está prevista a votação da proposta de emenda constitucional em segundo turno, no Senado Federal.

A programação da vigília será construída de maneira colaborativa. Professores da UFF podem propor atividades no local, basta entrar em contato com a diretoria da Aduff-SSind. A tenda também está aberta para estudantes e técnicos-administrativos da UFF.

A primeira atividade da vigília será realizada às 16h desta quarta, com uma roda de conversa sobre a PEC 55 e a reforma do Ensino Médio. Marinalva Oliveira (professora da UFF Volta Redonda e ex-presidente do ANDES-SN) e Bianca Imbiriba (professora da Faculdade de Economia da UFF) serão as facilitadoras do debate.

Temer declara que PEC será votada "seguramente" no dia 13

Questionado por jornalistas na manhã desta quarta, Michel Temer declarou que 'seguramente' a PEC 55 será votada na próxima terça-feira, dia 13. Impasse em torno do afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado gera dúvidas sobre se a proposta será analisada na data agendada, como prevê acordo entre os líderes da Casa.

Texto: Lara Abib
Foto: Luiz Fernando Nabuco

Na quinta (08), docentes realizam nova assembleia geral, às 15h, no auditório da Faculdade de Educação (Bloco D, do campus do Gragoatá) e não na quadra da Educação Física, como divulgado anteriormente. Para ter direito à voz e ao voto nas assembleias da categoria não é necessário ser sindicalizado à Aduff-SSind.  O docente só precisa apresentar documento de identificação com foto e a comprovação de vínculo profissional com a UFF.

Em pauta:

- Informes;
- Conjuntura e Mobilização contra a PEC 55 e a Reforma do Ensino Médio;
- Congresso do ANDES-SN 2017;
- Outros assuntos;
- Encaminhamentos.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Reunidos em assembleia geral na noite desta quinta, 1° de dezembro, os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) votaram por uma nova paralisação docente no dia 7 de dezembro. A paralisação com mobilização contará com um ato na reitoria da universidade contra a PEC 55. A proposta de emenda constitucional que pode ‘congelar’ por 20 anos as despesas com serviços públicos, entre eles educação e saúde, foi aprovada em primeiro turno, no Senado Federal, na noite de terça (29), após violenta repressão contra manifestantes que viajaram à capital federal para protestar contra a PEC. A votação em segundo turno, no Senado Federal, está prevista para o dia 13, mas pode ser antecipada.

Na assembleia, os professores da UFF também propuseram que o dia 7 de dezembro seja uma data nacional de mobilização do movimento docente, com atos nas cidades e estados.  A proposta será levada ao Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN.

Reunidos na principal instância de deliberação da categoria, os docentes aprovaram ainda uma moção de repúdio à repressão policial acorrida no ato de terça, em Brasília, bem como à mídia e ao Senado Federal, coniventes com a ação violenta contra os manifestantes, de acordo com a avaliação da assembleia. Deliberaram ainda pela elaboração de vídeos curtos sobre a PEC 55 para divulgação nas redes sociais.

Em relação às ocupações estudantis, os professores da UFF reafirmaram o apoio aos estudantes, com a elaboração e aprovação de uma carta de apoio ao movimento. Os docentes também cobraram do reitor da universidade a garantia de conclusão do período após término das ocupações. Propuseram ainda a construção de um seminário junto com as ocupações para debater projeto de universidade pública e a questão do acesso e permanência estudantil.

Embora os professores da UFF tenham votado contra a greve na universidade, em assembleia realizada no dia 23 de novembro, a greve nacional dos docentes das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas das carreiras EBTT e Magistério Superior foi deflagrada no dia 24 de novembro. Até o momento são 41 instituições em greve. Diante desse quadro, a assembleia dos docentes da UFF aprovou a incorporação de observadores da universidade ao Comando Nacional de Greve, em Brasília. A solicitação será levada ao CNG.

A data da próxima assembleia também foi aprovada. Ela acontece no dia 8 de dezembro (quinta-feira), às 15h, em local a confirmar.

Texto: Lara Abib/ Foto: Luiz Fernando Nabuco

A oitava edição da Feira Estadual da Reforma Agrária “Cícero Guedes” acontece nos dias 05, 06 e 07 de dezembro de 2016, no Largo da Carioca (RJ), com a participação dos Assentamentos, Acampamentos e Cooperativas das diversas regiões do Estado, que comercializam seus produtos – alimentos frescos e sem agrotóxicos.

A atividade tem se consolidado como importante espaço de sociabilização da cultura camponesa e de relação com trabalhadores/as da cidade do Rio de Janeiro, conta também com espaço de formação, promovendo seminários, oficinas, palestras, e de cultura – com apresentação de grupos de forró, teatro, danças, poesia.

A Feira Estadual da Reforma Agrária homenageia um dos principais líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST, Cicero Guedes dos Santos, brutalmente assassinado aos 43 anos em Campos dos Goytacazes, em 2013.

Visite a página do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1633989300234308/

Foto: Pablo Vergara

Senadores rejeitam referendo; proposta que congela gastos não financeiros da União por 20 anos foi aprovada após repressão a ato que reuniu 30 mil no DF

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Pouco depois de aprovar o texto-base da proposta, o Senado rejeitou a emenda apresentada à PEC 55 (241) que submetia a aprovação da matéria a um referendo com a população. A consulta popular, que está prevista no artigo 14 da Constituição Federal, já havia sido recusada pelos deputados nas votações na Câmara.

O referendo integra as três emendas e um destaque apreciados pelo Plenário do Senado na noite de terça-feira (29). Todos foram rejeitados pela base aliada do governo Michel Temer (PMDB). A votação ocorreu algumas horas após a violenta repressão da Polícia Militar do Distrito Federal sobre os manifestantes que promoviam o ato ‘Ocupa Brasília’, contra a proposta de emenda constitucional que pode ‘congelar’ os serviços públicos por 20 anos.

Pelo menos 30 mil pessoas participaram do ato na capital federal, na avaliação da reportagem. A manifestação foi a maior já realizada contra a PEC 55 (241) e reflete o crescimento do movimento contrário à proposta. Professores, técnicos e estudantes da UFF participaram do protesto em Brasília, que teve expressiva presença da educação.

A emenda referente à consulta à população foi apresentada e defendida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ela disse não haver motivos para não consultar a população sobre uma matéria que ditará os rumos da política fiscal do país nas próximas duas décadas. Não cabe, assinalou, nem a justificativa dos prazos, já que na prática a PEC 55 só teria efeitos a partir do orçamento de 2018.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi à tribuna criticar a ideia de ouvir o povo sobre o tema. Disse que o referendo já foi realizado “em todos os municípios do país nas eleições”, nas quais, disse, o PT foi o grande derrotado. Não há, obviamente, uma relação direta entre o voto nas eleições e o apoio à restrição orçamentária que o governo quer adotar. Também não se tem notícia de candidatos às prefeituras que tenham sido eleitos defendendo aplicar por 20 anos nos municípios os critérios previstos na PEC 55.

A votação em segundo turno da proposta está marcada para o dia 13 de dezembro. Novas manifestações devem ser convocadas. A luta contra a chamada ‘PEC do fim do mundo’ ou ‘PEC da morte’, referências às consequências que seus opositores projetam para a implantação dela, vai continuar.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

foto: Professores na manifestação em Brasília contra a PEC 55 – autor: Valcir Araujo

Nessa quinta-feira (1), a partir das 11h, a Diretoria da Aduff-SSind, o Conselho de Representantes da seção sindical e docentes que integram o Comando de Mobilização estarão na sede, participando de reunião ampliada.

Eles irão debater a conjuntura política, analisando as consequências que a PEC 55 – aprovada nessa terça-feira (29), em primeiro turno, no Senado Federal – trarão para a população.

Também farão um balanço da participação da Caravana de docentes, técnico-administrativos e discentes da UFF no ato nacional em Brasília, realizado dia 29 por trabalhadores de diversas ocupações do funcionalismo público e privado, movimentos sociais e sindicais para protestar contra a aprovação desse pacote de medidas que fixa os gastos da União pelas próximas duas décadas, subtraindo investimentos em Saúde e em Educação.

A sede da Aduff-SSind fica na Rua Professor Lara Vilela, nº 110 – São Domingos/ Niterói – RJ.

Na tarde dessa quinta-feira (1), acontece Assembleia Geral dos Docentes da UFF

A partir das 17h dessa quinta-feira (1), será realizada Assembleia Geral dos Docentes da UFF, na Quadra da Educação Física (Campus do Gragoatá), tendo como pontos de pauta: 1) Informes; 2) Conjuntura; 3) Avaliação da Greve Nacional do ANDES-SN; 4) Encaminhamentos).

—-Lembretes —-

  • Para participar da AG dos docentes da UFF, é necessário apresentar um documento de identificação com foto e a comprovação de vínculo profissional com a Universidade Federal Fluminense.
  • Não é necessário ser sindicalizado à Aduff-SSind para ter direito à voz e ao voto nas assembleias da categoria.
A Assembleia Geral dos Docentes da UFF acontece na próxima quinta-feira (01), a partir das 17h, na Quadra da Educação Física (Campus do Gragoatá), com os seguintes pontos de pauta:
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1) Informes;
2) Conjuntura;
3) Avaliação da Greve Nacional do Andes-SN;
4) Outros assuntos;
5) Encaminhamentos.
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----Lembretes ----
  • Para participar da AG dos docentes da UFF, é necessário apresentar um documento de identificação com foto e a comprovação de vínculo profissional com a Universidade Federal Fluminense.
  • Não é necessário ser sindicalizado à Aduff-SSind para ter direito à voz e ao voto nas assembleias da categoria.

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Com galerias vazias e após expulsar multidão do gramado do Congresso, com uso da Polícia Militar, senadores aprovaram a PEC que pode retirar recursos da educação, da saúde e de todas as áreas sociais

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho, de Brasília
fotos: Manifestação em Brasília contra PEC 55 – crédito: Valcir Araujo. Na imagem, parte da delegação dos professores da UFF que estiveram em Brasília, protestando contra a medida que, segundo eles, representa um retrocesso em relação as conquistas de direitos sociais no país.

Plenário com galerias vazias. Poucas horas antes, bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha lançados pela Polícia Militar expulsavam do gramado do Congresso Nacional milhares de manifestantes, boa parte deles estudantes. O relógio marcava 22h40min quando o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, anunciava o resultado da votação da PEC 55 (241): 61 votos a favor, 14 contrários.
Mais de 30 mil pessoas foram à manifestação ‘Ocupa Brasília’ contra a proposta de emenda constitucional que pode ‘congelar’ por 20 anos as despesas com serviços públicos, entre eles educação e saúde.

Docentes, técnicos-administrativos e estudantes da UFF e de outras universidades federais e estaduais participaram. A Aduff-SSind enviou caravana a Brasília para participar do ato – 51 professores participaram do protesto. Os estudantes deram o tom do protesto, que desde a primeira concentração, ainda no Ministério da Educação, fazia muito barulho. Vários grupos levaram para a Esplanada dos Ministérios instrumentos de percussão. A reportagem apurou estimativa de participantes em pelo menos 30 mil pessoas.

A repressão ao ato começou cerca de 20 minutos após os manifestantes chegarem ao Congresso Nacional. Muitas bombas de gás lacrimogênio foram lançadas e até a cavalaria foi acionada. A multidão foi forçada a recuar, primeiro até a Catedral, a cerca de 1,7 quilômetros do Congresso. Depois, após a segunda investida do Choque, por volta das 19h20, até as proximidades da Rodoviária. Revoltados com a violência policial, parte dos manifestantes atingiram as vidraças da entrada do Ministério da Educação. Dois carros foram incendiados e o veículo de uma TV, virado.

A ação da polícia deixou feridos por estilhaços de bombas e tiros de bala de borracha. Não há relatos, até o momento, de que haja casos mais graves. A notícia que circulou nas redes sociais de que um estudante universitário do Rio de Janeiro havia falecido não procede – o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino (Andes-SN) entrou em contato com hospitais e outros órgãos, além e outras entidades, e constatou a falsidade da informação.

Após a votação da PEC, senadores da oposição lamentaram o retrocesso histórico que, em suas palavras, representa a PEC 55. Lembram ainda que a proposta aprovada atinge ainda mais fortemente as camadas menos favorecidas da sociedade brasileira.

Para o dia 13 de dezembro, está marcada a votação em segundo turno. Novas manifestações serão convocadas.

Em Brasília, delegação da UFF engrossa caravana contra proposta de emenda constitucional que fixa os gastos públicos pelas próximas duas décadas; PEC será votada nesta terça-feira (29), no Plenário do Senado.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Por Lara Abib
Fotos: Luiz Fernando Nabuco

Desde a manhã desta terça (29), milhares de manifestantes estão reunidos em Brasília contra a PEC 55 (antiga Pec 241), projeto de emenda constitucional que limita o gasto primário da União e reduz os recursos destinados à Saúde e Educação públicas, entre outros ataques aos direitos sociais da população.

Na UFF, o 29 é dia de paralisação docente contra a PEC 55, deliberada na última assembleia geral da categoria. Neste momento, professores e estudantes realizam ato com panfletagem em frente à estação das Barcas, em Niterói. "Trabalhador, preste atenção. São vinte sem saúde e educação", cantam. A mobilização questiona ainda a medida provisória que ‘reforma’ o ensino médio e os projetos do movimento ‘Escola Sem Partido’.

A proposta de emenda constitucional está prevista para ser votada na noite desta terça, em primeiro turno, no plenário do Senado Federal. Também estão na pauta de votação da Casa o Projeto de Lei do Senado 204/2016 e o Projeto de Lei da Câmara - PLC 54 (antigo PLP 257/2015).

Professores, estudantes e técnico-administrativos estão na Esplanada dos Ministérios para protestar contra pacote de medidas que fixam os gastos públicos pelas próximas duas décadas; PEC será votada nessa terça-feira (29) pelos senadores

Da Redação da Aduff-SSind., com informações do Andes-SN
Foto: Reprodução das redes sociais
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Na tarde dessa terça-feira (29), milhares de manifestantes estão reunidos entre a Catedral e o Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Mesmo diante de chuva, eles persistem marchando pela capital federal, gritando palavras de ordem contra a PEC 55 (antiga Pec 241). Daqui a pouco, será votado, em primeiro turno no Senado Federal, esse pacote de medidas que limita o gasto primário da União e reduz os recursos destinados à Saúde e Educação públicas, entre outros ataques aos direitos sociais da população. Também estão na pauta de votação da Casa o Projeto de Lei do Senado 204/2016 e o Projeto de Lei da Câmara - PLC 54 (antigo PLP 257/2015).
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Docentes, estudantes e técnico-administrativos da UFF estão unidos aos servidores públicos de outras categorias, aos trabalhadores do setor privado, aos movimentos sociais e sindicais nesse grande ato público de mobilização, denominado de #OcupaBrasília.
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No início da tarde, às 14h, houve aula pública com a Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, em frente ao Ministério da Educação. De acordo com a pesquisadora, a aprovação da PEC levará ao desmonte de todo o serviço público, principalmente das áreas sociais, afetando profundamente setores como Saúde e Educação.
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