Set
19
2018

Aduff recebe novos docentes, convida à participação e alerta para cenário adverso a ser superado

 

“Estamos em momento limite para mobilizar”, diz presidente da Aduff ao fazer convite à sindicalização e à participação

A professora Marina Tedesco fala na abertura da atividade, que deu boas-vindas aos novos docentes A professora Marina Tedesco fala na abertura da atividade, que deu boas-vindas aos novos docentes / Luiz Fernando nabuco - Aduff

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Avaliando a situação conjuntural do país e da universidade pública, a professora Marina Tedesco, a Nina, abriu a atividade de boas-vindas da Aduff-SSind aos novos docentes da Universidade Federal Fluminense, na noite da terça-feira (18), fazendo um convite à sindicalização e, principalmente, à participação nas atividades de organização sindical da categoria. 

A dirigente sindical mencionou o desafio posto para os servidores públicos de derrubar a Emenda Constitucional 95, o chamado ‘teto dos gastos’, que, ao congelar e na prática reduzir por 20 anos os orçamentos de áreas como educação e saúde, pode inviabilizar a universidade pública e gratuita.  

Após abordar um cenário de preocupação e de muitos ataques às liberdades democráticas, à educação pública e aos direitos trabalhistas e sociais, Nina disse acreditar ser possível mudar essa realidade e reverter esse jogo, mas, para isso, a participação é imprescindível. “Eu lamento não poder fazer uma caracterização de conjuntura mais animadora para vocês que estão chegando, mas é importante que a categoria entenda que a gente está em um momento limite para se mobilizar, e uma das formas que a gente tem para mobilização é justamente fortalecer nossos instrumentos de luta, que são o Andes e a Aduff”, disse, observando que a direção tem como princípios atuar com transparência com a categoria.

A abertura do evento, iniciada num final de tarde de chuvas em Niterói e no Rio, teve ainda uma apresentação da carreira docente, feita pelo também diretor do sindicato Carlos Augusto Aguilar e pela equipe de advogados da entidade (que será abordada em reportagem posterior). A atividade foi concluída com uma confraternização que reuniu novos e antigos docentes da UFF.  

Participação

A presidente da Aduff disse que a sindicalização é importante porque “dá legitimidade aos instrumentos da categoria e também possibilita que esses instrumentos existam e continuem na luta”. Pontuou que o Andes-SN e a Aduff são contrários ao imposto sindical e sempre se mantiveram da contribuição espontânea dos associados. Mas ressaltou que, para além da sindicalização, participar é preciso. 

Destacou o Conselho de Representantes, “o maior da história da Aduff”, e que está em processo de eleições complementares para as unidades que ainda estão sem representação. “O que é o representante? Toda unidade pode indicar um representante e um suplente, isso é feito através de eleições e é alguém na unidade que vai fazer a ponte entre a unidade e as demandas dos docentes, dos seus departamentos e, ao mesmo tempo, levar as propostas do sindicato aos docentes, já que aqui nós somos uma diretoria composta só por 15 professores”, disse. “as inscrições estão abertas até 1° de outubro, todo sindicalizados podem concorrer, inclusive qualquer um de vocês caso se sindicalizem. É muito importante participar do CR”, assinalou.

Logo em seguida, ressaltou que a relação de cada docente com o sindicato é também direta, não necessita de intermediários. “E pode ser feita através de todos os nossos meios de comunicação, o nosso site, o Facebook, o Aduffzap, por telefone, pelo nosso aplicativo e diretamente aqui na sede. Um espaço fundamental são as assembleias descentralizadas, que acontecem ou ao mesmo tempo, ou na mesma semana, na maior parte dos campi da UFF”, relatou. 

A docente listou, ainda, uma série de atividades recentes organizadas pela Aduff e pelo Andes-SN, como cursos, debates e manifestações em Brasília, para exemplificar como funciona o sindicato e realçar que todos podem participar. Por fim, destacou os Grupos de Trabalho, que estudam e elaboram políticas para uma série de áreas, e dos quais todo sindicalizado pode contribuir. “Eles não são instâncias decisórias, são espaços de acúmulo de debate, de reflexão, de estudo, sobre os mais diversos assuntos para formular políticas para atuação do sindicato”, explicou.

Logo no início da sua exposição, a presidente da Aduff alertou os novos docentes para a ‘escalada conservadora’ que também ataca a universidade e os meios acadêmicos e científicos.  Citou os casos da antropóloga Débora Diniz, que vem sofrendo ameaças por conta de suas pesquisas e posicionamentos com relação aos direitos das mulheres e da legalização do aborto e que, faz pouco tempo, disse que teria que deixar o país. Mencionou ainda os professores da Universidade Federal do ABC que estão respondendo por sindicância por terem participado do lançamento de um livro relacionado à campanha “Lula Livre”. “É uma escalada conservadora que tem ameaçado as liberdades civis-democráticas da nossa sociedade e que reverbera cada vez mais no nosso dia a dia, no ensino, na pesquisa, na extensão”, disse. 

Apesar do cenário adverso, Nina disse ter confiança na capacidade de alterar esse quadro. “A gente acredita que é possível reverter essa situação, mudar essa correlação de forças. Se não acreditássemos não estaríamos aqui. Mesmo com o cenário difícil, é possível mudar se conseguirmos mobilizar”, afirmou.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

A professora Marina Tedesco fala na abertura da atividade, que deu boas-vindas aos novos docentes A professora Marina Tedesco fala na abertura da atividade, que deu boas-vindas aos novos docentes / Luiz Fernando nabuco - Aduff

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