“A Aduff-Sind, com a responsabilidade de se colocar diante dos problemas que nos afligem, declara seu apoio e solidariedade ao povo venezuelano neste momento de franco ataque à sua soberania e ameaça de transformar o hemisfério em um campo de guerra.
Não é possível mais tolerar nem silenciar diante da desfaçatez e da manipulação do governo dos Estados Unidos e seus apoiadores, que, a pretexto de ajuda humanitária, realizam um cerco militar a um país a quem vêm agredindo com o cerco econômico há anos.
Constrangem seu comércio exterior, com o boicote e o bloqueio, difundindo pobreza e sofrimento; criam uma situação de afronta ao governo democraticamente constituído na Venezuela, reconhecendo um político que se autoproclama presidente; referem-se ao governo legítimo, eleito sob os olhos de uma centena de observadores, como se fosse uma ditadura, enquanto trocam favores com a ditadura da Arábia Saudita.
Realimentando o fantasma da guerra fria, que durante décadas levantou sobre o mundo a sombra do conflito atômico, Trump tenta fazer do socialismo o inimigo nº 1, retomando a agressividade imperialista, que não respeita as escolhas democráticas e muito menos a autodeterminação dos povos, estatuto consagrado das relações internacionais.
Está claro que, como toda e qualquer nação que se preze, a Venezuela, através de sua união cívico-militar, construída a partir da organização política das trabalhadoras e trabalhadores, nos conselhos comunais e nas comunas, em aliança com as forças armadas regulares, se defenderá. Eventualmente, segundo as fontes mais confiáveis, contará com o apoio da Rússia e da China, de acordo com a divisão internacional que se reconstrói sob o peso dos interesses políticos e econômicos.
Definitivamente, o que se está fazendo não é justo. Centenas de observadores internacionais acompanharam cada uma das 25 eleições que ocorreram na Venezuela desde a ascensão de Hugo Chávez, em 1998. Ainda assim, a oposição insiste no método de não reconhecer a eleição presidencial do concorrente, fórmula tradicional de criar fatos e fakes políticos que agora se convertem em atos militares.
O argumento falacioso da ajuda humanitária esconde o verdadeiro interesse do imperialismo e de suas corporações: derrubar o governo e instalar seus títeres, para voltar a expropriar as riquezas petrolíferas do país.
Nós trabalhadoras e trabalhadores brasileiros precisamos dizer claramente: deixem a Venezuela resolver os seus problemas soberanamente; não a transformem, e a América Latina, em uma nova Síria.”
Diretoria da Aduff-SSind
(Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense – Seção Sindical do Andes-Sindicato Nacional)