"Cotas para negros em concursos para docentes de instituições de ensino federais: quem aplica a lei?" é o tema do debate organizado pela Aduff, que acontecerá no dia 28 de novembro (quinta-feira), a partir das 14 horas, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFF (Rua Presidente Pedreira, 62 - Ingá, Niterói). A mesa será composta pelos professores Caroline de Araújo Lima (Andes/Uneb); Luiz Mello (UFG); Flávia Rios (UFF). Na mesma ocasião, será lançada a cartilha de combate ao racismo, produzida pelo Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Questões Étnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEDS) do Andes-SN.
A atividade acontece no mês em homenagem à consciência negra, quando no dia 20, por ocasião da morte de Zumbi dos Palmares, deve-se problematizar a luta por igualdade racial no Brasil – país cuja história e formação social se confundem com o passado colonial, patriarcal e escravocrata.
Apesar de 56% da população se autodeclararem pardas ou negras, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ainda há um longo caminho a ser percorrido no Brasil para que a negritude não esteja associada a estereótipos negativos ou à pobreza. Importante mencionar que, de acordo com Jurema Werneck – Diretora Executiva da Anistia Internacional no país – o Brasil é campeão em assassinatos – 58 mil pessoas são mortas anualmente, o que, segundo ela, equivale à queda de um avião a cada dois dias.
Entre as vítimas, a maioria é jovem entre 15 e 29 anos. Têm classe social e cor: são negros, do sexo masculino e moradores de periferias –principais vítimas da política genocida promovida por muitos estados, a exemplo do que acontece no Rio de Janeiro, sob a chancela do governador Wilson Witzel (PSC).
Lançamento da Cartilha de Combate ao Racismo
Na mesmo dia e local, será lançada e distribuída ao público a “Cartilha de Combate ao Racismo”, produzida pelo Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Questões Étnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEDS) do Andes-SN – coordenado nacionalmente pelas docentes Adriana Hessel Dalagassa; Caroline de Araújo Lima; Elizabeth Carla Barbosa e Jacqueline Rodrigues Lima. O conteúdo, inclusive, já está disponível para consulta online.
A cartilha é um material de apoio à formação contra o racismo e também mais uma estratégia do Andes-Sindicato Nacional de enfrentamento às opressões, tais como a LGBTTfobia; assédios moral e sexual; racismo nas universidades, nos Institutos Federais e nos Centros Federais de Educação Tecnológica. “Negar o racismo é negar a história de resistência do povo negro, ou seja, é invizibilizar a violência. Essa prática velada tem outra face, tão violenta e muito mais explícita. Crescem, a olhos vistos, as situações de incitação à violência contra negro(a)s em periferias e nas comunidades quilombolas e a intensificação da intolerância religiosa com ataques a terreiros, por exemplo. No âmbito das instituições de ensino superior e nas escolas, práticas racistas – veladas e explícitas – têm sido dirigidas a estudantes, funcionário(a)s e docentes e devem ser combatidas cotidianamente”, diz o documento.