Ago
11
2020

Com exibição de "Vidas Entregues", Aduff debaterá a luta diária dos entregadores de aplicativos

A partir das 16h, o cineasta Renato Prata Biar e a professora Maria Cristina Paulo Rodrigues, da Escola de Serviço Social da UFF, vão debater o tema com os internautas 

A precarização das relações trabalhistas e o difícil cotidiano dos entregadores de aplicativos (ifood, Rappi, Uber) que trabalham de bicicleta é o tema do documentário “Vidas Entregues” (2019), dirigido por Renato Prata Biar – próximo filme do Cineclube da Aduff, que será exibido no dia 16 de agosto (domingo), às 15h30min, na página da seção sindical no Facebook.

Após a exibição de “Vidas Entregues”, a partir das 16h, o cineasta e a professora Maria Cristina Paulo Rodrigues, da Escola de Serviço Social da UFF, vão debater o tema com os internautas, abordando a ausência de direitos trabalhistas e sociais dos entregadores, que muitas vezes são vistos de forma romanceada, tal como se fossem empreendedores e gozassem de autonomia.

O curta-metragem enriquece o debate sobre esses trabalhadores, que não tem vínculo trabalhista com as empresas e vivem a insegurança trazida pela informalidade, a partir de um fenômeno das sociedades capitalistas modernas conhecida como “uberização”. Ganhou ainda mais visibilidade nas últimas semanas com a mobilização dos entregadores de aplicativo por direitos.

Breque dos Apps

Entregadores de aplicativos de delivery paralisaram suas corridas por 24h e realizaram atos por direitos trabalhistas em diversas cidades do Brasil, bem como em outros lugares do mundo, incluindo Argentina e Inglaterra. O objetivo era denunciar a precarização a qual estão submetidos trabalhadores que recebem R$ 2 reais a cada 6 quilômetros rodados, obrigados a trabalhar no fim de semana e bloqueados aleatoriamente – o que gera incerteza sobre os seus salários. Os entregadores reivindicaram o aumento da taxa por km rodado; aumento da taxa mínima e fim dos bloqueios indevidos em uma greve considerada histórica no último dia 1º de julho.

Se não contou com adesão de 100% da categoria, o impacto da paralisação desses trabalhadores foi sentido por donos de restaurantes, com registro de atrasos na entrega dos produtos, diminuição na circulação de entregadores e até mesmo com a ausência de pedidos delivery. Isso porque uma das demandas do movimento dos entregadores era o de que as pessoas, naquele dia, não realizassem pedidos via aplicativos.

A paralisação dos entregadores, também conhecida como “Breque dos Apps”, contou com o apoio da Aduff, e de muitas outras entidades, e foi considerada um marco na organização a na força política de um setor fundamental da classe trabalhadora.

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