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Set
18
2020

Ministro admite que se confisco de R$ 1,57 bilhão da Educação for confirmado, 29 institutos federais podem paralisar

Pronunciamento do gestor da pasta acontece mais de 40 dias após a divulgação de que o governo pretende impor severos cortes de recursos na Educação, que também afetarão projetos do ensino básico.

Mais de 40 dias após a divulgação de que o governo pretende impor severos cortes de recursos na Educação, o ministro da pasta, Milton Ribeiro, pela primeira vez teria se posicionado sobre o impacto que tais medidas trariam para o funcionamento dos institutos técnicos e futuros projetos para a Educação básica. O jornal O Estado de São Paulo teve acesso aos ofícios do gestor da pasta, solicitando ao governo federal que revertesse o corte de verbas, que está em discussão entre os altos escalões, conforme divulgado nesta quinta-feira (17).

De acordo com Milton Ribeiro, o quarto a liderar o MEC em quase dois anos de presidência de Jair Bolsonaro, se o confisco de R$ 1,57 bilhão no orçamento da Educação para este ano for confirmado, provavelmente 29 institutos federais terão que interromper as aulas, ainda que na modalidade remota.  Além disso, haveria grande impacto para as ações de “apoio ao desenvolvimento da educação básica”, como teria afirmado o referido Ministro.

Segundo a publicação, o ministro Milton Ribeiro atribuiu o pedido de bloqueio dos recursos à Secretaria de Governo, comandada por Luiz Eduardo Ramos, articulador político do Palácio do Planalto. O governo deve destinar R$ 6,5 bilhões do Orçamento para obras públicas, como mostrou o Estadão. O remanejamento do recurso da Educação – assim como o governo pretende fazer com verbas da Cidadania e da Agricultura – seria, como argumenta o Executivo, em favor do projeto Pró-Brasil, voltado para infraestrutura e obras e liderado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.

Para Marina Tedesco, presidente da Aduff, no que diz respeito à Educação, o governo pretende mesmo é esvaziar ainda mais os recursos do ensino público, pois desde que assumiu a presidência do país, Jair Bolsonaro elegeu os profissionais da Educação e os demais servidores públicos como inimigos do projeto privatizante de Brasil que ele defende e encaminha.

Segundo a docente da UFF, o fato de o governo discutir seriamente um corte como esses, que afetará instituições de ensino de extrema importância e excelência para o país, como são os institutos federais, já demonstra que toda a dita preocupação do governo Bolsonaro com a Educação é uma falácia.

“Ele foi eleito dizendo que iria investir muito na Educação e Educação infantil e nas escolas. O que vemos é sucessão de promessas não cumpridas. Este é um governo ultra neoliberal e nunca pensou, de fato, em investir em Educação, principalmente naquela Educação que atende à população brasileira mais vulnerável. Destruir a Educação Pública é fundamental para um governo que se sustenta numa rede de mentiras e de fake News”, disse a docente

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Agência Brasil 

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