DA REDAÇÃO DA ADUFF
A 'reforma' Administrativa (PEC-32), que pode ser levada à votação na Câmara dos Deputados ainda em agosto, se pauta por uma lógica assumida pelo governo de Jair Bolsonaro na qual ter direitos é sinônimo de privilégio que precisa ser eliminado.
É o que diz o sociólogo Fausto Augusto, diretor técnico do Dieese (departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos). A afirmação pode ser ouvida nesta segunda parte do podcasts em forma de vídeo referente à apresentação que ele fez durante a sua participação no Encontro Nacional do Setor Público. "Na cabeça de quem está hoje no governo, ter empregos, ter direitos, é ter privilégio. E é essa a lógica que está na desconstrução do Estado brasileiro e dos direitos dos serviços públicos", disse.
Organizado por 11 centrais sindicais e entidades nacionais do funcionalismo, entre elas o Andes-SN por meio do Fórum dos Servidores (Fonasefe), o encontro reuniu mais de 1.200 pessoas, representando dezenas de entidades sindicais do funcionalismo das esferas federal, estadual e municipal, que subscreveram um planejamento de lutas para enfrentar a proposta de Bolsonaro.
Para justificar as medidas contidas na PEC-32, observa, o governo tenta fixar falsas realidades - como as de que os servidores ganham muito e que o Brasil possui muitos trabalhadores no setor público. "O Brasil não tem muito servidor. Quando a gente pega a comparação com os países da OCDE, o Brasil tá muito abaixo da média de servidores públicos para cada 100 empregos. No Brasil, para cada 100 empregos, 12,5% são servidores públicos. Se a gente for na média da OCDE, nós estamos falando em 17%; se a gente vai pro pico, que [são] aqueles países nórdicos, eles estão acima de 30. Mas mesmo países como Estados Unidos têm mais servidores que o Brasil. Inglaterra tem mais servidores que o Brasil. Isso é bastante grave, é simplesmente você se utilizar da ideia de que o Brasil, um país tão grande, tão carente, tem muitos servidores. Esse é o primeiro mito que a gente precisa desconstruir", disse Fausto Augusto.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho