As entidades que compõem o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) reuniram-se, na manhã de terça-feira (22), com o Ministério da Economia, para tratar do reajuste emergencial de 19,99%, demanda central da pauta de reivindicações protocolada pelo funcionalismo público federal em Campanha Salarial Unificada desde o dia 18 de janeiro.
Os representantes das entidades foram recebidos pelo coordenador geral de Negociação Sindical no Serviço Público e diretor interino de Relações de Trabalho do Ministério da Economia, José Borges de Carvalho Filho, e pelo secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal, Leonardo José Mattos Sultani.
Na última quarta-feira (16), servidores de todo o país ocuparam a Esplanada dos Ministérios para exigir melhores condições de trabalho e a abertura das negociações com os Servidores Públicos Federais (SPF), até então ignorados pelo governo. Com a pressão e a mobilização dos trabalhadores, as portas do Ministério da Economia foram finalmente abertas nesta terça (22).
De acordo com os relatos dos dirigentes nacionais que participaram da reunião, as mobilizações dos servidores e a perspectiva de construção de uma greve unificada das categorias foram fundamentais para que o governo organizasse esse primeiro encontro. Entretanto, num primeiro momento, os gestores federais tentaram desviar o debate para questões relacionadas à carreira, negando-se ao debate sobre as discussões sobre recomposição salarial e chegando a afirmar que faltaria orçamento para acatar a solicitação de reajuste emergencial de 19,99%.
“O governo queria anunciar, na reunião de hoje, que não tinha dinheiro para atender a nossa solicitação de reajuste de 19,99%. Nós colocamos que temos uma leitura diferente disso. Temos especialista que estuda o orçamento da União que diz diferente. (...) Então, nós marcamos posição, todas as entidades presentes, de que não vamos discutir nada da carreira sem antes primeiro discutir a questão do congelamento de salários, da defasagem que estamos sofrendo”, destacou Carlos David de Carvalho Lobão, dirigente do Sinasefe.
Diante dos argumentos apresentados pelos sindicalistas e da reafirmação da necessidade de abertura de uma mesa de negociação permanente para debater a recomposição salarial, prioritariamente, o governo recuou e declarou que há sim espaço orçamentário, porém não há decisão política sobre a pauta. Por fim, as entidades conseguiram que os secretários levassem para o ministro da Economia a discussão para abertura da mesa de negociação para debater com as entidades.
Na manhã desta quarta-feira (23), as entidades irão protocolar novo ofício em nome do Fonasefe e individualmente por todas as entidades solicitando mais uma audiência com o governo.
Além do reajuste emergencial de 19,99% e melhores condições de trabalho, os servidores reivindicam a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95 - do Teto dos Gastos, que congelou o teto dos gastos públicos por 20 anos, e lutam contra a aprovação da PEC 32 – da Contrarreforma Administrativa, que precariza e desqualifica profundamente os serviços públicos.
Reunião do Setor das Federais do Andes-SN aprovou novo calendário de mobilização entre os dias 23 de março e 15 de abril
O Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do ANDES-SN realizou, na segunda-feira (21), nova reunião remota para dar continuidade à construção da luta dos servidores federais pela recomposição salarial, pelo arquivamento da PEC 32 e pela revogação da EC 95. No encontro, foi tratada, principalmente, a pauta sobre a construção da greve unificada do funcionalismo federal. A partir do debate promovido entre as seções sindicais presentes, a avaliação geral foi de que o indicativo de data para a greve nacional permanece em aberto.
Foram aprovadas a incorporação à agenda de mobilização do Fonasefe, com ações locais e nacionais entre os dias 23 de março e 15 de abril, a manutenção do estado de greve e de assembleias permanentes das ADS e a convocação da comissão nacional de mobilização.
“No geral, como nós na UFF, há a sensação de que é preciso fazer algo diante do quadro criado, e a greve dos SPFs se apresenta como uma possibilidade. Mas há muitos senões. Entre os senões apontados destacamos a desmobilização da base das ADs. A contribuir para isso, o acúmulo de trabalho, o cansaço e os problemas de saúde do docente agravados pelo ensino remoto e a pandemia; férias dos docentes conflitando com o calendário de mobilização do SPFs; o retorno à aula presencial cobrando maior empenho docente eas dificuldades para avançar na pauta interna de luta por segurança sanitária e condições de trabalho no presencial”, destaca Percival Tavares, que integra a diretoria da Aduff e esteve presente na reunião.
Diante disso, as e os professores seguirão investindo no avanço da mobilização e na construção da agenda nacional de atividades do Fonasefe. Confira abaixo o calendário aprovado.
Calendário de Mobilização aprovada em reunião do setor das federais 21/03/2022:
- 23 /03 – Entrega do ofício em nome do FONASEFE e individualmente por todas as entidades que fazem parte do FONASEFE solicitando uma audiência com o governo no dia 23/03/22, às 10h
- 29, 30 e 31/ 03- JORNADA DE LUTA, em Brasília, nos dias, com caravanas de base de todo Brasil;
- 30/ 03 - OCUPA BRASÍLIA;
01/04 – Ato pela Liberdades democráticas: ditadura nunca mais, convocado pelo ANDES-SN, na cidade de Porto Alegre;
07/04 – Dia Mundial da Saúde. Fortalecer atos que vão ocorrer em todo Brasil destacando a defesa do SUS;
09/04 – Dia Nacional construído pelo Comando Nacional de Luta pelo FORA BOLSONARO
11 a 15/ 04 - Nova Rodada de AGs para debater a construção da greve e as mobilizações dos SPF
Da Redação da Aduff, com informações da assessoria ADUFPel