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Jul
29
2022

Arraial da Aduff | Após mais de 2 anos, primeira festa presencial celebra a vida e a luta

Para Kate Lane, presidente do sindicato, o reencontro é necessário para enfrentar fascismo e governo de morte

Olho no olho. Sem zoom. Sem Google Meet. Ao som da banda Prata Preta. Com barraquinhas de comidas típicas e brincadeiras para as crianças. Foi assim que cerca de 200 pessoas, acompanhadas de familiares ou amigos, estiveram reunidas no Clube do Gragoatá, para o Arraial da Aduff, realizado dia 28 de julho. 

Foi a primeira celebração da seção sindical após os dois anos de distanciamento ocasionados pela pandemia da covid-19. Teve sabor de reencontro e representou um sopro de resistência diante de conjuntura tão difícil.  

"Vamos combater o fascismo nas ruas e nas urnas! Derrotar Bolsonaro é nossa tarefa primordial e estávamos nas ruas até quando não tinha vacina para a covid-19, porque entendíamos que o presidente é pior do que qualquer vírus que enfrentemos nesse momento", disse a presidente Kate Lane Paiva, professora do Coluni, ao saudar os sindicalizados.

Segundo Kate, a diretoria hesitou sobre a realização da festa julina diante de uma conjuntura fascista. "Mas entendemos que o enfrentamento ao fascismo é também celebrando a vida", disse. Para ela, a festa também foi uma forma de homenagear os povos tradicionais, que celebram a terra, que fazem a semeadura e que seguem em resistência no Brasil. 

Kate ainda pediu aos sindicalizados que permaneçam organizados para que, em 2023, a Aduff prossiga atenta e em luta pelos serviços públicos, direitos da categoria e da classe trabalhadora - princípios que norteiam atuação do sindicato há 42 anos.   

Para o diretor Arley Costa, a festa foi um momento de congregação. "Depois de muito tempo de encontros e atividades remotas, a gente volta a se encontrar presencialmente. A partir desse momento, restauramos os laços da lógica da presencialidade. Vimos os olhos um dos outros, nos tocamos e nos percebemos coletivamente. É congraçamento e aponta também para os caminhos que o sindicato sempre teve - de estar na luta, de ir à rua, de marchar junto, de caminhar junto. É um elemento sincrético entre congregação e luta. Simbolicamente é o que a festa representa', disse o docente, que atua no Departamento de Psicologia em Volta Redonda.

Assim como o colega, Priscila Starosky, docente do Departamento de Fonoaudiologia em Friburgo, acredita que o arraial foi uma iniciativa importante para promover a aproximação, mas principalmente uma forma de também reivindicar e celebrar o direito à vida. "Estamos aqui, sobrevivemos! E vamos adiante", disse. 

Márcio Malta, do Instituto de Estudos Estratégicos, considerou que o momento oportunizou o reforço dos laços sindicais, tão necessário no contexto adverso brasileiro. "Temos muito desafios. Um deles é derrotar o Bolsonaro e construir uma alternativa para o funcionalismo e os demais trabalhadores", apontou.

De acordo com a professora Francine Helfreich, da Escola de Serviço Social, a festa estava muito bonita e alegre. Foi um espaço de aproximação importante, embora ao longo dos dois anos de pandemia o sindicato de docentes da UFF tenha permanecido em funcionamento, ainda que na modalidade remoto, e atuante em defesa da Universidade Pública, da Ciência, dos direitos democráticos e da vida.

Espaço infantil

As crianças também se divertiram no Arraial do Sindicato. Elas contaram com recreação e atividades como cama elástica, pescaria, boca do palhaço, jogo de latas, dardos e argolas. "Eu gostei muito de participar da festa. Comi salsichão, pastel e docinhos. Gostei de ganhar o dominó e a mola elástica, que eram alguns dos brindes das brincadeiras", disse Laura, de 8 anos.

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