Com o tema central "Fortalecer o Andes-SN na luta por orçamento público, salário e em defesa da natureza", o 67° Conad do Andes-SN foi realizado entre os dias 26 e 28 de julho, em Belo Horizonte (BH), com o objetivo de atualizar o plano de lutas da categoria, definido no Congresso realizado no início deste ano, em Fortaleza (CE), e aprovar as contas do Sindicato Nacional.
O evento organizado pelo SindcefetMG Seção Sindical do ANDES-SN reuniu 300 participantes, entre delegadas, delegados, observadores, observadoras - representantes de 81 seções sindicais - e diretores e diretoras do Sindicato Nacional.
A delegação da Aduff-SSind contou com 8 integrantes: 1 delegada, a professora Maria Cecília Sousa de Castro (Coluni/Niterói), presidenta da Aduff-SSind. E 7 observadores e observadoras; Antoniana Dias Defilippo Bigogno (Rio das Ostras); Antonio Espósito Junior (Rio das Ostras); Elizabeth Carla Vasconcelos Barbosa (Rio das Ostras); José Antônio e Souza (Física/Aposentado); Kate Lane Costa de Paiva (Coluni/Niterói); Susana Maria Maia (Rio das Ostras); Waldyr Lins e Castro (Instituto de Educação Física/Aposentado).
Em sua primeira participação no Conad, o professor das UFF Rio das Ostras, Antonio Espósito Junior, destacou a experiência como de muito aprendizado e de conhecimento a respeito de como se dá a construção do Sindicato Nacional.
“Pude vivenciar como nosso sindicato prima pela construção de suas pautas de luta e de suas formas de organização a partir das discussões e deliberações construídas com a participação das suas seções sindicais das diferentes esferas da gestão pública: federal, estadual, distrital e municipal”, destacou.
Para o docente, o convívio com colegas de profissão, empenhados em fazer do ANDES um sindicato presente nas lutas por uma sociedade com justiça social, “alegra e revigora”.
“Foi uma experiência que permitiu desfrutar de outros olhares sobre a conjuntura nacional e internacional, a estruturação da carreira docente, a questão do financiamento público da educação e da greve docente. Tudo feito com o respeito à diversidade de ponto de vista e na busca pela a unidade na luta classista através do ANDES”, afirmou.
Trabalhos
Durante o evento, docentes atualizaram o plano geral de lutas do ANDES-SN e o plano dos Setores das Iees/Imes/Ides e Ifes. Também aprovaram a prestação de contas do Sindicato Nacional e a criação do Grupo de Trabalho de Organização Sindical das Oposições (GTO), que tem como objetivo organizar o debate e a mobilização docente nas instituições de ensino superior nas quais a organização sindical local tenha rompido com o ANDES-SN, ou tenha se constituído inicialmente sem vínculo com o Sindicato Nacional.
O 67º Conad aprovou ainda resoluções de apoio à Palestina e outras pendências do 42º Congresso e a cidade de Manaus, capital do Amazonas (AM), como sede do 68º Conad do ANDES-SN.
Além de aprofundar os debates que deram origem a diversas resoluções referentes às políticas de Formação Sindical, Educacional, de Classe para as Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual, de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria, de Verbas, de Multicampia e Fronteira, Agrária, Urbana e Ambiental, Comunicação e Arte e sobre História do Movimento Docente.
Foram três dias com programação de atividades nos três turnos, manhã, tarde e noite.
Mais avaliações
Presidenta da Aduff-SSind e delegada ao 67° Conad, a professora Maria Cecília de Castro destaca a maioria de mulheres na delegação, 5 entre os 8 integrantes, e a representatividade dos campi fora de sede e carreira EBTT, com 3 docentes da UFF de Rio das Ostras e 2 do Coluni-UFF.
“A nossa delegação é sempre bastante propositiva, debatendo e intervindo nos grupos mistos e plenárias. Acho que é importante destacar o quanto estávamos e estamos envolvidos na atualização do plano de lutas e na avaliação da conjuntura e da greve, sempre com a tarefa de nos organizarmos para trazer a devolutiva do 67° Conad para a nossa base. Foi um Conad muito bonito, realizado no Cefet Minas, um espaço histórico de formação técnica e tecnológica, onde fomos muito acolhidos por todas, todes e todos”, reforça.
Para a presidenta da Aduff, um momento importante foi o da avaliação da greve docente que, mesmo contando com TRs com posições distintas, avançou para uma avaliação positiva do saldo político e dos ganhos do movimento. Cecília pontua ainda o lançamento da campanha antirracista, que aconteceu na quinta-feira (25), véspera do início dos trabalhados do 67° Conad, no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela.
“Foi mais um passo importante, de muita luta e resistência, para a garantia de uma educação antirracista em todas as fases do ensino, do básico ao superior. É tarefa nossa capilarizar essa discussão no âmbito da UFF. Como é tarefa nossa também já nos prepararmos para o Conad Extraordinário, que acontece entre os dias 11 e 13 de outubro, em Brasília, para atualização do debate sobre Carreira, ponto chave da nossa greve docente”, finaliza.
Integrante da delegação da Aduff-SSind ao 67° Conad, Kate Lane Paiva concorda com Cecília. Para ela, uma das questões centrais do evento foi que o movimento docente conseguiu aglutinar de forma majoritária em torno de uma avaliação positiva da greve. “Com todas as divergências que estavam presentes nos textos de conjuntura, a posição majoritária é que sim, temos um saldo político positivo dessa greve, em especial de enfraquecimento da entidade cartorial Proifes, e de destaque do protagonismo do Andes-SN”, reitera.
Para a professora do Coluni-UFF, o Andes-SN termina este Conad como um sindicato mais fortalecido. “Reafirmar a autonomia do Andes-Sindicato Nacional frente a governos, patrões e reitorias, para nós, é algo muito importante para o fortalecimento desse sindicato. E que nos coloca na via contrária da Proifes, entidade que não acredita na luta popular, que desmobiliza a nossa greve”, diz.
“Agora é manter a nossa mobilização. A gente sabe que o cenário de desmonte da educação publica, do contexto neoliberal e do avanço da extrema direita vai exigir de nós que estejamos em unidade de ação para derrotar essas medidas e iniciativas, que nos atingem e atingem a educação pública como um todo. Seguimos sem ter ilusão com o governismo. O que garante direito é povo na luta e na rua. O que não nos impede de estar presentes em lugares institucionais, como por exemplo o FNE, levando nossas pautas de luta, pressionando o Congresso, mas sem abandonar o nosso campo classista, em conjunto com os movimentos sociais, onde a gente consegue de fato avançar na garantia dos nossos direitos”, finaliza.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib