Mar
08
2017

Nos dois lados da Guanabara, Barcas terá manifestações antes do ato unificado do 8M no Rio

Concentração para o Dia Internacional das Mulheres em Niterói começa às 14h30 desta quarta (8), na Praça Araribóia, de onde se sairá de Barcas rumo ao ato na Candelária

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Duarte Filho

Duas atividades em frente às Barcas que fazem a travessia Rio-Niterói vão anteceder o protesto unificado que fechará o Dia Internacional das Mulheres no Estado do Rio de Janeiro. A data terá protestos em dezenas de países e uma paralisação mundial das mulheres, que estão sendo convocados para exigir o fim da violência sexista, do feminicídio, da discriminação de gênero e para defender direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.

As duas atividades no Rio ‘esquentam’ para o ato unificado, organizado pela Plenária Estadual das Mulheres, cuja concentração está prevista para as 16 horas, na Igreja da Candelária, no Centro do Rio. A primeira, começa às 12h30, em frente ao terminal de embarque e desembarque das Barcas na Praça XV, na capital fluminense, onde será feira uma panfletagem e haverá aula pública sobre o Dia Internacional das Mulheres. A atividade ocorrerá entre as 12h30 e 13h30, a chamada Hora M das mobilizações e da paralisação mundial das mulheres. Ela está sendo convocada pela CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) e pelo Andes-RJ, a regional do sindicato nacional dos docentes, entre outras entidades.

Para pouco depois, às 14h30, está marcado um ato em frente às Barcas, mas do lado de Niterói, na Praça Araribóia. A Aduff-SSind está convidando os professores da Universidade Federal Fluminense a participar da concentração nas Barcas para, sem seguida, atravessar a Baia de Guanabara rumo ao ato unificado na Candelária. A ideia é fazer da própria travessia uma ‘manifestação’ sobre as águas da Baia de Guanabara.

Da Candelária, as manifestantes pretendem sair em passeata por volta das 18 horas até a Assembleia Legislativa (Alerj) e, mais tarde, encerrar o ato com uma cerimônia na Praça XV.

Protesto também contra as ‘reformas’

No Brasil, o Dia Internacional das Mulheres ganha ainda forte conteúdo de enfrentamento às ‘reformas’ trabalhista e previdenciária que o presidente Michel Temer (PMDB) tenta aprovar no Congresso Nacional. As críticas ao ex-vice-presidente da República que assumiu o cargo após o impeachment de Dilma Rousseff serão inevitáveis na manifestação. Além de ter sua legitimidade questionada e de ter montado um ministério notadamente formado por homens conservadores e envolvidos em denúncias de corrupção, Temer enviou ao legislativo propostas que reduzem direitos previdenciários e trabalhistas cujos efeitos são ainda mais severos sobre as mulheres.

Para se ter uma ideia, uma mulher que comece a trabalhar aos 16 anos terá que contribuir com a Previdência Social por pelo menos mais 19 anos além do que hoje está previsto no regime Geral da Previdência Social para poder se aposentar. Isso porque a idade mínima que o governo quer fixar para todos é de 65 anos – hoje, caso se aposentem por idade e não por contribuição, as mulheres precisam atingir 60 anos e 15 anos de trabalho formal.
Além disso, Temer quer acabar com os cinco anos a menos de contribuição previstos para as mulheres e igualar a exigência mínima de 35 anos para todos. No entanto, caso as regras pretendidas pelo governo prosperem, tanto homens quanto mulheres terão que contribuir por 49 anos com a Previdência Social para que possa usufruir da aposentadoria sem cortes no que deveria ser o seu valor pleno.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Duarte Filho