Mar
08
2017

8M: Em Niterói, mulheres pedem fim da violência e criticam reforma da previdência

Após panfletagem em frente a estação das barcas, manifestantes seguiram para ato na Candelária

Da Redação da Aduff-SSind
Por Aline Pereira
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind.

"Temos em curso uma Reforma da Previdência imoral, desunama e injusta. Tenho filhos muito pequenos - um casal de 9 e 10 anos - e não sei se eles terão aposentadoria; em meio a esse cenário de tantos retrocessos, as mulheres são as mais afetadas por todas as perdas de direitos sociais, sobretudo porque estão constantemente sobrecarregadas", disse a docente Alice Yamasaki, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, durante manifestação realizada na tarde dessa quarta-feira (8), pelo dia internacional das mulheres. A data é marcada pela convocatória de diferentes coletivos, sindicatos e movimentos feministas para adesão à “Greve Internacional de Mulheres”, contando com protestos em vários países.

Em Niterói, a atividade que aconteceu em frente à estação das barcas foi convocada por diferentes ativistas, entre elas as integrantes da Aduff-SSind. Estiveram presentes professoras, estudantes e técnica-administrativas da UFF, além de alunas do Iepic – Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho, militantes do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, e de partidos políticos – Psol e PSTU. Professores da Universidade também participaram da panfletagem, em solidariedade ao movimento que pede o fim da violência sexista, do feminicídio, da discriminação de gênero e que defende direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.

“Esse dia é de todas nós, tanto as que se dedicam ao cotidiano doméstico, tanto aquelas outras que ocupam o mercado formal; é um dia de homenagem, mas, principalmente, de muito protesto”, disse Alice.

Movimento Internacional

De acordo com Marinalva Oliveira, professora do curso de Psicologia da UFF em Volta Redonda, a data de 8 de março é bastante simbólica, por trazer um conteúdo histórico de várias lutas travadas ao longo do tempo, por diferentes mulheres. “Temos a chamada ‘Greve Internacional das Mulheres’, realizada das mais variadas formas, importante para mostrar como as mulheres se organizam contra o sistema capitalista, que nos oprime e nos retira direitos cotidianamente”, disse a docente, que é ex-presidente do Andes-SN e mãe de três filhos.

“As mulheres que são mães e militantes políticas – porque é nossa opção de vida lutar por direitos – sofrem pressão muito grande no dia a dia”, lembrou a Marinalva. Para ela, apesar da força da dessa data histórica, é na luta diária que as mulheres  buscam a construção de um mundo com mais igualdade de oportunidades e de direitos.

De forma semelhante, Gelta Xavier, diretora da Aduff, reafirma a necessidade da luta diante da conjuntura política e econômica postas. “Devemos lutar e tratar com clareza sobre os nossos direitos, se posicionar contra o feminicídio, o não direito ao trabalho, à previdência e à aposentadoria...”, considerou. “E essa luta que tem que ter como consequência a perspectiva revolucionária e socialista”, afirmou a docente da Faculdade de Educação.

Candelária

A manifestação em Niterói precedeu o ato que acontece nessa tarde, na Candelária (RJ), organizado pela Plenária Estadual das Mulheres. Às 18 horas, as manifestantes pretendem sair em passeata até a Assembleia Legislativa (Alerj) e, mais tarde, encerrar o ato com uma cerimônia na Praça XV.

Acompanhe a cobertura pela página eletrônica da Aduff-SSind e pelas postagens na rede social.