Mar
10
2017

Rio terá 1º grande ato unificado contra ‘reformas’ da Previdência e Trabalho dia 15

Manifestação convocada por sindicatos, centrais e movimentos sociais ocorre do dia nacional de paralisações; CSP-Conlutas e Andes-RJ convocam concentração para as 16h30, na Alerj. Ato conjunto começará na Candelária

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco - Aduff-SSind/ Registro da passeata realizada no último dia 8, contra a reforma da previdência e do trabalho

Março é mês de reafirmar a luta contra a retirada de direitos dos trabalhadores e por melhores condições de vida. No dia 8 de março, mulheres do mundo inteiro marcharam por igualdade de gênero e contra o feminicídio, transformando as homenagens do ‘Dia Internacional da Mulher’ em protestos. No Brasil, a luta feminista do dia 8 de março também disse não às reformas que retiram direitos trabalhistas e previdenciários – propostas do governo de Michel Temer que já tramitam no Legislativo.

Contra essas medidas que retiram ainda mais direitos, trabalhadores e trabalhadoras estarão mobilizados, ao final da tarde da quarta-feira (15), no Centro do Rio, na manifestação unificada convocada pelas centrais sindicais e dezenas de outras entidades.

O Andes-SN e a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) estão convocando a concentração inicial para a atividade em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a partir das 16h, para, depois, se dirigir à concentração do ato geral das centrais sindicais, que ocorrerá na Candelária. Nesse 'Dia Nacional de Paralisações', a luta é contra as medidas que podem, na prática, inviabilizar a aposentadoria de muitas pessoas e ainda levar à flexibilização das leis trabalhistas e precarizar ainda mais as relações no mercado de trabalho.

O ato acontecerá dias após o deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da Reforma da Previdência, afirmar aos jornais comerciais que a "aposentadoria é subsistência". Disse ainda, a partir do contestável argumento governista de que existe déficit nas contas previdenciárias, que quem desejar ter vida melhor e mais confortável, deve buscar outro tipo de pensão – como as ofertadas por bancos privados, por exemplo, em benefício de banqueiros e especuladores.

Se a reforma da previdência for aprovada, a nova idade mínima para a aposentadoria passa a ser de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade, do setor público ou privado – exigindo também 49 anos de contribuição para o recebimento integral do benefício. Além disso, com os novos cálculos, em muitos casos, o valor do benefício pode ser inferior ao de um salário mínimo. Extingue ainda as aposentadorias especiais, caso que atende aos professores, por exemplo.

A reforma também é considerada extremamente machista, como afirma Ana Paula Ribeiro, militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). De acordo com ela, ao igualar homens e mulheres em relação ao tempo de contribuição e de idade mínima para se aposentar, ignorando as horas de trabalhos domésticos majoritariamente executados por mulheres, a reforma atinge em cheio ao gênero feminino. “Temos pautas históricas que não abandonamos – como o fim da violência contra a mulher, a legalização do aborto, o fim do feminicídio; mas consideramos essencial lutar contra a reforma da Previdência. Mulheres de periferia, principalmente, têm mais de tripla jornada e não é justo retrocedermos em relação aos nossos direitos”, diz Ana, que é mãe de duas crianças – uma de seis anos e outra às vésperas de completar o primeiro ano de vida. “Lutamos para que as crianças não padeçam de todas as dificuldades; para que tenham direito à vida”, complementa.