Mar
16
2017

Em dia de greve contra reformas, PM lança bombas em Universidade

Ação violenta gerou pânico e terror no IFCS/UFRJ, dizem docentes em nota de repúdio


DA REDAÇAO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff - Momento da violência policial em ato no dia 15 de março, no Centro do RJ

O Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro lançou duas bombas de gás lacrimogênio e sete outras de efeito moral no prédio da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Largo de São Francisco de Paula – sede do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e do Instituto de História (IH), na noite dessa quarta-feira (15). A ação violenta aconteceu nos momentos finais do ato contra a reforma da previdência, que reuniu milhares de pessoas na Avenida Presidente Vargas, tomando o centro do Rio de Janeiro em um uníssono grito de “Fora Temer”, contra as reformas trabalhista e da previdência.

De acordo com nota de repúdio divulgada pela Direção do IFCS e do IH, representada, respectivamente, pelos docentes Marco Aurélio Santana e Norma Côrtes, a Policia Militar gerou terror e pânico aos que estavam nas dependências da Universidade – “uma das bombas atingiu a porta central e seus efeitos alcançaram o hall de entrada, tomando posteriormente todo o prédio”, diz o documento.

A direção do IFCS e do IH repudiou a violência no âmbito da instituição universitária e também contra os manifestantes no restante da cidade – houve agressões próximo à Central do Brasil e também na Cinelândia, levando pânico aos frequentadores do Amarelinho.

“Se já era inaceitável a repressão a trabalhadoras/es e estudantes no exercício do seu livre direito de manifestação, o fato fica agravado com o ataque ao espaço universitário. Tristes tempos em que policiais violavam universidades permanecem ainda em nossa memória”, diz o documento, citando ainda outra invasão recente da PM à UFRJ no Largo de São Francisco, durante as jornadas de junho de 2013.

Pelo mesmo documento, os docentes “reafirmam a posição histórica desta casa em defesa da democracia e de seus direitos fundamentais”.

Clique aqui e veja a nota na íntegra: http://www.cfch.ufrj.br/images/nota_ataque_pm_ifcs.pdf

#15M no RJ

A manifestação no Rio de Janeiro integrou o “Dia Nacional de Lutas contra a Reforma da Previdência”, contando com a participação de estudantes, trabalhadores de setores públicos e de entidades privadas, movimentos sociais, sindicais, centrais sindicais, partidos políticos e outros segmentos que se posicionavam contra a retirada de direitos previdenciários e trabalhistas. Professores da UFF, entre eles a diretoria da Aduff-SSind, também estiveram em peso na manifestação, atendendo um chamado de várias centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, por uma paralisação de 24 horas, com atos públicos e plurais em todo o país.

DA REDAÇAO DA ADUFF
Por Aline Pereira