Greve nacional é convocada para 5 de dezembro por 8 centrais sindicais contra a PEC 287; mobilização terá ato de servidores dia 28 em Brasília
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Dois dias após o governo apresentar uma nova versão da proposta, centrais sindicais decidiram convocar juntas uma 'greve nacional' para o dia 5 de dezembro, em todo o país, contra o que classificam como o "desmonte da Previdência Social" e em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Nota assinada por oito centrais sindicais convocam a paralisação. São elas: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Intersindical, CGTB e CSP-Conlutas. "As Centrais Sindicais exigem que o Congresso Nacional não mexa nos direitos trabalhadores!", diz trecho final da nota (íntegra ao final do texto).
A reunião, nesta sexta-feira (24), ocorreu na sede da Força Sindical, em São Paulo. A data apontada pelas centrais é véspera do dia já mencionado pelo governo como possível data de votação da PEC 287 no Plenário da Câmara dos Deputados.
A proposta de emenda constitucional elimina uma série de direitos previdenciários dos trabalhadores, sob o argumento de combater um suposto e contestado déficit financeiro no sistema.
Reação
As articulações conjuntas entre as centrais sindicais haviam esfriado desde a convocação da greve geral para 30 de junho passado, que acabou sendo desmobilizada pelas maiores centrais – declaradamente, pela Força Sindical e a UGT, mas também houve críticas ao pouco empenho da CUT e da CTB, entre outras entidades.
A reunião na capital paulista parece apontar para a possível retomada da busca dessa unidade em ações de mobilização. A perspectiva inicial traçada no encontro é de que sejam promovidas nesse dia paralisações em pelo menos todas as capitais do país.
A reação ocorre diante da nova investida do governo de Michel Temer para tentar aprovar a PEC 287 na Câmara dos Deputados ainda esse ano. Sem votos para isso, ao menos neste momento, o governo apresentou uma versão reduzida da reforma, mas que seguiu desagradando aos sindicatos.
Para o servidor Saulo Arcangeli, da coordenação da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), a versão ‘enxuta’ da reforma segue sendo amarga para a classe trabalhadora. "A nova proposta do governo mantém os ataques centrais, que é a questão dos 25 anos de contribuição mínima para os servidores, os 62 e 65 anos de idade, os 40 anos de contribuição, que são [regras] nitidamente voltadas para não deixar os [trabalhadores] se aposentarem", disse.
O dirigente sindical destaca a importância das manifestações nacionais previstas para acontecer em Brasília, no dia 28 de outubro, como preparatórias para mobilizações maiores e a greve nacional. "Precisamos de uma semana forte como esquenta, temos a necessidade de uma greve geral para parar o país", disse.
Entre as atividades que antecedem a greve, as centrais indicaram uma campanha nas redes sociais para 'desmascarar as mentiras do governo acerca da reforma da Previdência', pressão sobre os deputados federais nos aeroportos e em agendas públicas, assembleias e debates nas categorias, e panfletagens nas ruas de 27 de novembro a 1º de dezembro.
Íntegra da nota das centrais
São Paulo, 24 de novembro de 2017
Centrais Sindicais convocam greve nacional dia 5 contra reforma da Previdência e em defesa dos direitos
Reunidas na sede da Força Sindical na manhã desta sexta-feira, 24, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Intersindical, CGTB e CSP-Conlutas definiram realizar GREVE NACIONAL no dia 5 de dezembro, contra a nova proposta de desmonte da Previdência Social apresentada pelo governo.
As Centrais Sindicais convocam todas as entidades sindicais e movimentos sociais a realizarem ampla mobilização nas bases – assembleias, atos, debates e outras atividades – como processo de organização de uma Greve Nacional, no dia 5 de dezembro, contra as propostas de reforma da Previdência Social, que acaba com o direito à aposentadoria dos trabalhadores brasileiros.
As Centrais Sindicais exigem que o Congresso Nacional não mexa nos direitos trabalhadores!
CUT, CTB, CSB, CSP-CONLUTAS, UGT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho