Diversos setores da sociedade civil do Rio de Janeiro que vinham promovendo atividades críticas ao decreto do presidente Michel Temer referente à segurança pública se reuniram, na noite da terça-feira (13), para lançar a Frente Contra a Intervenção Militar Federal no Estado do Rio de Janeiro.
Realizada em um auditório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a atividade marca o início da tentativa de articulação de um movimento que some forças e unifique setores organizados da sociedade civil para atuar sobre a intervenção em curso no Rio.
A professora aposentada Sônia Lúcio, do Serviço Social da Universidade Federal Fluminense e ex-presidente da Aduff-SSind, destacou a importância do ato político nesse momento delicado da conjuntura no Rio de Janeiro. “É o primeiro evento que unifica a maioria das iniciativas que estão acontecendo no estado contra a intervenção militar. Aqui estão representantes da OAB, dos movimentos de favelas, dos sem-teto, do Andes, da CSP-Conlutas, de universidades”, disse a docente.
A proposta imediata de mobilização de rua, segundo ela, é que se construa um ato em parceria com o movimento estudantil no dia 28 de março. “Precisamos denunciar o que está acontecendo, que a intervenção é sobre a população mais pobre e os movimentos sociais e chamar a atenção de que essa é uma iniciativa do governo Temer que tenta fazer do Rio de Janeiro um laboratório para possíveis intervenções em outros estados”, disse.
A manifestação que está sendo articulada para o dia 28 de março também fará referência aos 50 anos do assassinato do estudante Edson Luís pela ditadura que alçou os generais ao poder, com apoio e participação de grandes empresários.
Manifesto
O ato foi convocado pelo Sindicato Nacional dos Docentes (Andes-SN), pelo Sindicato dos profissionais da Educação no Estado do Rio (Sepe-RJ) e pela Frente em Defesa das Instituições de Ensino Superior Públicas, entre outras entidades. O manifesto que lança a frente observa que as recorrentes operações do Exército no Rio de Janeiro, todas incapazes de reduzir os índices de violência. "Ao longo das duas últimas décadas, com o argumento de proteger turistas e garantir a ordem na realização de megaeventos como o Sul Americano, a Copa e as Olimpíadas, o expediente de colocar o Exército nas ruas deixou como saldo o terror e sangue de trabalhadores no chão desta cidade, além de gastos milionários, que poderiam ter sido empregados em saúde, educação integral, lazer, equipamentos culturais", diz trecho do documento.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Fotos: Ato realizado no auditório 11 da Uerj, na noite da terça-feira (13)