Nov
23
2018

MOSCA - Mostra de Cultura e Arte pela Democracia acontece na UFF Niterói nos dias 27 e 28 de novembro

A programação completa da Mostra será divulgada em breve e pode ser acessada a partir da página do evento, em https://goo.gl/LrZDKH

Oficinas, debates, roda cultural, slam, apresentações de dança, teatro e música. É o que promete a 1ª edição da MOSCA – Mostra de Cultura e Arte pela Democracia, que ocorrerá nos dias 27 e 28 de novembro, no campus do Gragoatá da UFF e na sede do DCE- Fernando Santa Cruz, em Niterói.

A abertura oficial do evento acontece na noite de terça (27), no teatro do DCE, com debate sobre democracia e cultura e com a inauguração da ‘Galeria de Arte Fernando Santa Cruz’, que contará com exposição permanente sobre a história da resistência UFFiana durante a ditadura militar civil-empresarial, inaugurada a partir do golpe de 1964. Depois do debate, em frente ao DCE, começa uma batalha de poesia comandada pelo “Slam Praça Preta”.

A manhã e tarde do dia 28 serão tomados por oficinas diversas e apresentações culturais por todo o campus do Gragoatá. O evento será encerrado na noite de quarta (28) com shows dos rappers Chinaski e MC Choice, e roda de samba com “Samba que Elas Querem”, também no campus do Gragoatá.

A iniciativa de realizar um evento cultural pela democracia ainda em 2018 partiu de uma das reuniões da Frente Antifascista da UFF, espaço de caráter permanente que reúne estudantes, técnicos-administrativos e docentes na luta pela democracia, em defesa da universidade pública e contra o fascismo.

Criada no início de novembro, a Frente Antifascista da UFF defende a unidade da comunidade acadêmica para enfrentar o crescimento dos discursos de ódio no Brasil e as políticas privatistas, de retirada de direitos e de criminalização dos movimentos sociais defendidas pelo governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL). A Mostra de Cultura e Arte pela Democracia será a primeira atividade realizada pela Frente, que conta com a participação da Aduff, do Sintuff e do DCE-UFF.

“Decidimos realizar o festival antes do início do próximo governo primeiro para a gente reunir forças entre nós. 2019 será um ano muito duro; será o segundo ano da PEC 55 e o primeiro ano do governo Bolsonaro. É urgente conformar um campo político de resistência muito forte e coerente na universidade para dar conta de enfrentar os ataques do governo que vão vir, certamente”, ressalta o estudante de Geografia e integrante da diretoria do DCE-UFF, Bruno Araújo.

Cultura e arte para incomodar

O estudante conta que a ideia de realizar um festival pela democracia partiu da leitura do livro “Atitudes de Rebeldia”, lançado pela Aduff no início deste ano e que trata dos impactos da ditadura na UFF e das resistências dos docentes e da comunidade acadêmica da universidade. A proposta é que o livro seja relançado na mesa de abertura da Mostra, na noite de terça (27).

“Lendo o livro a gente conseguiu perceber que a cultura foi um vetor muito importante de resistência naquela época, as gestões do DCE se debruçaram muito na tarefa de construir os movimentos culturais. Embora os tempos não sejam os mesmos, eles reservam semelhanças. A ideia do festival é relembrar muita coisa, mas também refletir sobre o tempo presente. Trazer a memória do Fernando Santa Cruz, que dá nome ao Diretório Central dos Estudantes da UFF, transformar o prédio do DCE num polo de resistência física contra os ataques na universidade pública. Através da cultura, muita coisa se movimenta. Ela foi e é uma ferramenta muito importante de questionamento e de reflexão. Talvez por isso os dois shows da nossa noite de encerramento são shows de rap, porque a gente compreende que precisa dialogar com a realidade que a gente vive hoje. E também teremos a participação das mulheres do “Samba que elas Querem”, que é um grupo de samba com musicas autorais que falam de empoderamento feminino, que cantam a luta e a resistência das mulheres negras. Acho que a Mostra em 2018 com os artistas que a gente está chamando faz muito sentido e dialoga com este momento que a gente estamos vivendo em nosso país. Somos a MOSCA que vai posar na sopa deles”, conclui Bruno.

Da redação da Aduff | Por Lara Abib