Dirigentes da Aduff-SSind e do Andes-SN disseram que é inaceitável ações violentas como o atropelamento ocorrido na manhã desta sexta-feira (14), em Niterói, durante manifestação pacífica, na qual, afirmaram, o que se defendia era o direito à vida com dignidade, com Previdência e Educação públicas asseguradas.
Um motorista avançou com seu carro sobre manifestantes, a maioria estudantes e professores, que participavam de ato em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro, na av. Marquês do Paraná. Cinco pessoas foram feridas - duas professoras e três estudantes, estes com leves escoriações. As docentes foram socorridas por uma ambulância do Corpo de Bombeiros e levadas para o Hospital Icaraí e para o Azevedo Lima.
Inicialmente, chegou-se a temer que uma professora tivesse tido a perna quebrada, mas isso não se confirmou. Outra docente, que sofreu uma pancada na cabeça, passou por uma tomografia e, segundo orientações médicas, deve ficar por 24 horas em estado de observação, em casa.
O motorista dirigia um Fox vermelho placa LSB 1696 e fugiu após furar o bloqueio e atingir os manifestantes. Após o socorro aos feridos, o ato prosseguiu. "Motorista/Vai devagar/Eu tô na rua pra você se aposentar", cantavam.
A manifestação começou nas primeiras horas da manhã no Huap e, de lá, seguiu em passeata pelas ruas de Niterói. Mais à tarde, a partir das 14 horas, haverá concentração em frente as Barcas, na Praça Araribóia, para ida conjunta ao ato no Rio, na Candelária.
A docente da UFF Eblin Farage, secretária-geral do Andes-SN, o sindicato nacional dos docentes, destacou a importância da Greve Geral. "Essa greve geral é o segundo grande momento das mobilizações contra a reforma da Previdência, depois das mobilizações de maio. É necessário que as pessoas entendam [que esses atos] são em defesa da aposentadoria de todo mundo, inclusive de quem já se aposentou, porque se essa reforma passar ela vai tirar direitos também dos que já se aposentaram", disse.
Também criticou a ação do motorista e disse que ela reflete a incitação à violência do atual governo. "Ações como a que ocorreu aqui em Niterói, de um motorista avançar em cima de manifestantes, é inadmissível e mostra uma desumanização que está sendo provocada, impulsionada e incentivada pelo governo federal, pelo PSL e pelos asseclas desse governo", finalizou.
O diretor da Aduff-SSind Carlos Junior, professor do Coluni, colégio da universidade, também lamentou o ato de violência. “O ódio e a intolerância que saíram desavergonhadamente do armário a partir de outubro de 2018 se verificou hoje nas ruas com esse atropelamento”, disse.
A professora Marina Tedesco, presidente da Aduff, disse em entrevista ao vivo na TV, no programa SBT Rio, gravada no local do acidente, que nada justifica um ato criminoso e bárbaro como esse. “Era uma manifestação pacífica contra a reforma da Previdência, que é rejeitada pela maioria da população brasileira, segundo as pesquisas”, disse. A docente disse ainda, à TV, que a intolerância e o ódio vêm sendo alimentado no país por políticas antissociais e que um dos que promovem isso é o próprio presidente da República.
A greve geral começou com manifestações nas principais vias de acesso ao Centro do Rio e de Niterói. Há protestos e paralisações em todas as regiões do país.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho
Fotos: Momento do atropelamento, em Niterói
créditos: Samuel Tosta/Especial para a Aduff
*Atualizada às 12h30min do dia 14/6/2019
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