Jun
26
2020

Docentes da UFF tiveram menos de duas semanas para organizar período especial com aulas remoto

Plano de Atividades Acadêmicas Emergenciais na UFF ainda delega aos docentes a elaboração de estratégias para atender estudantes sem acesso à internet

Menos de duas semanas. Foi o tempo que as e os docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF) tiveram para elaborar e organizar o Período Letivo Especial para estudantes concluintes. O semestre especial, via ensino remoto, foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx) no dia 12 de junho, através da Resolução N.º 156/2020. Nesta sexta (26) já se encerra o prazo para as Direção das Unidade encaminharem o consolidado do planejamento das Atividades Acadêmicas Emergenciais (ACE) para a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). O calendário excepcional será iniciado a partir do registro das atividades junto Prograd, o que deve acontecer a partir da próxima segunda-feira (29).

Para a diretoria da Aduff-SSind, o prazo dado aos docentes, coordenações e departamentos foi pequeno para preparar atividades que não são tradicionalmente realizadas na universidade. A diretoria da entidade também destaca a falta de informações para realizar o planejamento das atividades, já que a Reitoria da UFF se recusou – pelo menos, até agora – a divulgar o resultado dos questionários sócio-econômicos e de acesso à internet enviados aos estudantes da Universidade. O plano de disciplinas/atividades acadêmicas emergenciais enviado aos docentes pela Prograd ainda delega aos professores a elaboração de estratégias para atender estudantes sem acesso à internet ou que apresentam alguma necessidade especial.  

De acordo com a presidente da Aduff, Marina Tedesco, a Reitoria da UFF transfere a responsabilidade que é da Administração para os docentes e reproduz internamente o que critica no governo federal.

“A UFF implementou o ensino remoto emergencial sem dar tempo para a comunidade acadêmica debatê-lo, sem passar esse debate pelo Conselho Universitário, empurrando departamentos, coordenações e docentes para um planejamento apressado de algo que nunca foi feito pela maioria. Além da falta de democracia interna e o tempo curto de planejamento, o plano de atividades ainda exige do docente que elabore estratégias para lidar com estudantes que não têm acesso à internet ou possuem necessidades especiais. É um absurdo sermos convocados a escrever sobre isso, ainda mais quando a própria Reitoria não divulga os dados do levantamento que fez sobre esse tema. A UFF delega aos docentes a responsabilidade que é da própria Administração, assim como o MEC delega às Instituições de Ensino superior resolver problemas que não são da alçada das universidades sem disponibilizar recursos para isso”, ressalta.