Em assembleia geral realizada na tarde desta sexta (08), as e os professores da Universidade Federal Fluminense ressaltaram a importância de o movimento docente participar incisivamente dos debates sobre as condições para o retorno presencial na UFF, de maneira organizada, coletiva e em diálogo constante com técnicos e estudantes. A categoria também indicou que o debate deve ser construído democraticamente com departamentos e unidades, com coordenação da Reitoria da Universidade e deliberação no Conselho Universitário (CUV). Veja abaixo as deliberações da AG.
Na avaliação da maioria dos presentes, o avanço da cobertura vacinal no Brasil (com docentes, técnicos-administrativos e estudantes completando seu ciclo vacinal) coloca o debate de retorno às aulas presenciais como imperativo e necessário. Ao mesmo tempo, as e os docentes também frisaram que a vacinação da comunidade universitária é uma de uma série de medidas e protocolos de segurança sanitária elencadas por especialistas para o retorno seguro.
Durante a assembleia, os professores reiteraram a defesa do ensino presencial 100% público, gratuito e de qualidade e chamaram a atenção para o fato de que a naturalização e a perpetuação do ensino remoto servem àqueles que apostam no desfinanciamento, na privatização e na destruição das universidades públicas como política para a Educação no Brasil. Esses, contudo, são os mesmos que governam o país conduzindo uma política genocida e negacionista e que em nenhum momento se mostraram preocupados com a segurança e a vida de milhares de brasileiros que morreram e ainda morrem de covid-19 no país.
Por isso, a importância de pensar diretrizes para o planejamento do retorno gradual que priorizem a defesa da vida, sem dissociar as condições sanitárias das condições de trabalho e estudo na Universidade. Entre as deliberações da AG está a constituição de uma comissão ampliada da Aduff-SSind para debater e pensar propostas e diretrizes políticas sobre o retorno presencial, que dará origem a um documento inicial a ser entregue à reitoria da UFF.
Na assembleia, docentes também destacaram que apesar da Instrução Normativa n°11 da Progepe apontar para a construção “do retorno gradual, planejado e seguro” das aulas, a Administração Central da Universidade peca ao não se responsabilizar pela coordenação do plano de retorno, deixando a responsabilidade para departamentos e unidades.
De acordo com professores, a descentralização das decisões sobre o retorno ao presencial é "aparentemente democrática" e se configura como uma “autonomia precária”, uma vez que a reitoria se desresponsabiliza de questões fundamentais para o retorno acontecer, o que produz uma angustia generalizada em departamentos e unidades e a falta de critérios objetivos e de apoio técnico para um debate coletivo e democrático na universidade.
No principal espaço de deliberação do movimento docente da UFF, professores e professoras reiteraram a importância de a pauta ser conduzida democraticamente pela Reitoria com deliberação no Conselho Universitário, instância máxima na universidade, e não em espaços menores como o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx), como ocorreu na implementação do Ensino Remoto Emergencial (ERE) na UFF.
Encaminhamentos sobre o debate do retorno presencial:
1 - Constituição de uma comissão ampliada da ADUFF, aberta à participação do conjunto dos docentes, da diretoria, do GTPFS, GTPE, GTSSA e do CR, que realizará reuniões periódicas para pensar propostas e diretrizes políticas sobre o retorno presencial, bem como elaborar um documento inicial sobre este tema a ser aprovado em AG e, posteriormente, entregue à reitoria, garantindo a continuidade do debate na comissão até o retorno presencial;
2- Aprofundar a articulação com os Técnicos e Movimento Estudantil, incluindo SITUFF, DCE e APG, para debater o assunto e buscar construir consensos;
3- Realizar levantamento junto às Unidades, Departamentos e coordenações de curso sobre a situação do debate sobre retorno presencial, solicitando informes de constituição de comissão e de planejamento local sobre este tema;
4- Cobrar da reitoria posição sobre o orçamento da UFF, infra-estrutura e apoio técnico para retorno;
5- Cobrar que a reitoria implemente e coordene o processo de debate sobre retorno presencial a partir do debate democrático com unidades de ensino, coordenações de curso que culmine em deliberações no CUV, garantindo a democracia interna na UFF;
6- Realizar ato unificado para entrega do documento elaborado para a reitoria;
7- Solicitar audiência à Reitoria.
AG delibera delegação para 13° Conad Extraordinário
A assembleia do dia 8 de outubro também teve como ponto de pauta a indicação da delegação da Aduff para 13º Conad Extraordinário do Andes-SN, que tem como tema central “Conjuntura e Congresso do ANDES-SN”. A presidente da Aduff, Kate Lane Paiva será a delegada, a professora Sonia Lucio 1° observadora e suplente de delegada e o professor Luiz Rojo o 2° observador. O 13º Conad Extraordinário acontecerá remotamente, através de plataforma na internet, nos dias 15 e 16 de outubro. No dia 14 de outubro, às 14h, a Aduff realiza nova assembleia pra debater o Caderno de Textos ao Conselho.
Da Redação da Aduff | Por Lara Abib