Comunidade universitária da UFRJ luta para que a administração do complexo hospitalar da Universidade (composta por 9 unidades hospitalares) não seja entregue para empresa pública de direitos privados e com fins lucrativos.
Audiência pública sobre a gestão da Ebserh no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), realizada no dia 27 de setembro pela Câmara de Niterói, evidenciou que o contrato com a Ebserh, além de não trazer novos recursos orçamentários para o hospital escola da UFF, ainda consolidou a terceirização, a privatização e os ataques à autonomia universitária.
Atualmente, a Ebserh é presidida pelo general bolsonarista Oswaldo de Jesus Ferreira, além de ter sido exaltada como um “um caso de sucesso no setor público” pelo ex-ministro da educação, Abraham Weitraub. A empresa também está na lista de desestatização/privatização de Paulo Guedes.
Ebserh na UFRJ
A retomada do debate sobre a contratualização entre a Ebserh e o complexo hospitalar da UFRJ tem mobilizado os movimentos sociais e sindicais no Rio de Janeiro para desvelar os impactos negativos da Ebserh na autonomia universitária, no ensino, na pesquisa e no acesso de usuários do SUS.
Após intenso debate, em 2013 uma grande mobilização no Conselho Universitário da UFRJ sepultou a contratualização da universidade com a empresa de direito privado. Agora, em 2021, a Reitoria, em conjunto com setores da UFRJ, tenta retomar a discussão – o que é visto por muitos como um ataque à democracia interna - na medida que a pauta ressurge num período em que a universidade opera de forma virtual e esvaziada.
O Movimento Barrar a Ebserh na UFRJ denuncia o “o espírito de passar a boiada” e se articula para que a universidade não ceda às ameaças do governo federal. “Não precisamos de empresa de direito privado com fins lucrativos para administrar o SUS. Precisamos de mais unidades hospitalares, mais leitos, recursos, melhores condições de trabalho. Nossa luta é para interromper qualquer tentativa de retirar da UFRJ a gestão de seu complexo hospitalar e entregá-la para a Ebserh. Além disso, o debate do tema deve ser dar de forma presencial e democrática”, ressalta a professora da UFRJ, Marinalva Oliveira, que na audiência pública representou o Movimento Barrar a Ebserh na UFRJ.