DA REDAÇÃO DA ADUFF
A manifestação que defendeu o piso salarial da Enfermagem e o Sistema Único de Saúde, em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), em Niterói (RJ), também teve a participação de profissionais contratados pela Prefeitura de Niterói para a campanha contra a covid-19 que estão com salários atrasados.
"Nós ficamos dois meses com os salários atrasados. Eles dizem que é por problema de documentação, mas tem mais de 300 pessoas sem receber", disse o técnico de enfermagem Ubiratan, que também ressaltou a importância de lutar para que o piso salarial entre em vigor.
Segundo dirigentes sindicais do setor, o prefeito de Niterói, Axel Grael, não cumpriu o compromisso de quitar a dívida trabalhista no último dia 2 de setembro. São profissionais de saúde inicialmente contratados emergencialmente para enfrentar a pandemia, pelo regime CLT, que tiveram seus contratos rebaixados e convertidos para pagamentos mediante apresentação de recibos (RPA). Estão sem receber os salários de julho e agosto.
Ato no Huap
O protesto ocorreu nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 19 de setembro de 2022 - data em que o Sistema Único de Saúde completa 32 anos de existência. O ato uniu a defesa da saúde pública com a luta pela entrada em vigor do piso nacional da Enfermagem, aprovado no Congresso Nacional, mas suspenso por 60 dias por decisão do Supremo Tribunal Federal - na qual 7 dos 11 ministros alegaram não haver previsão orçamentária.
A Aduff participou da manifestação, organizada por diversas entidades sindicais e do movimento em defesa da saúde pública, entre elas o Sintuff, o Sindsprev-RJ e a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde. Haverá mais dois atos com a mesma pauta no dia 21 próximo, quando está convocada uma paralisação de 24 horas dos trabalhadores da Enfermagem: no Hospital da Lagoa, na Zona Sul do Rio, a partir das 11 horas; e na Praça da Inconfidência, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, a partir das 14 horas.
Pauta histórica da categoria, o piso prevê o pagamento mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras. Na Câmara dos Deputados, a votação teve ampla maioria - apenas a bancada do Novo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros, votaram contra a Enfermagem.
Representantes das grandes empresas da área alegam que a implementação do piso 'quebrará o setor', o que foi contestado na manifestação. "No ano de 2020, 13 bilionários cresceram muito a sua riqueza. Os dez primeiros não causam surpresa, são banqueiros. Mas os três que vieram depois, são donos de planos de saúde. No ano da pandemia, em que o SUS garantiu milhares de vidas apesar de Bolsonaro, três famílias que controlam planos de saúde enriqueceram. E são estes que interferem diretamente para que seus lucros se mantenham lá em cima às custas dos trabalhadores da área de saúde", disse o vereador de Niterói Paulo Eduardo Gomes, que participou e declarou apoio à luta.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho