Dez
08
2023

Grupo Tortura Nunca Mais/RJ convida para evento “Homenagem às Mães Guerreiras”

Com início previsto para às 18h de segunda-feira (11), encontro será realizado no Museu da República, no Auditório Apolônio de Carvalho.

Evento celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10/12) e rememora os malefícios trazidos pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5), de 13 de dezembro de 1968, que instaurou o terrorismo de Estados em nosso país, homenageando as mães que lutaram, sofreram e enfrentaram altiva e bravamente a repressão.

Veja a convocatória do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ: 

O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ criou o evento “Homenagem às Mães Guerreiras” que, este ano, ocorrerá em 11 de dezembro de 2023, no sentido de, não só, celebrar o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10/12), mas também lembrar os malefícios trazidos pelo famigerado AI-5 (Ato Institucional nº 5) de 13 de dezembro de 1968 que instaurou o terrorismo de Estados em nosso país, onde a tortura e o desaparecimento tornaram-se práticas oficiais.

            Como lembrar a importância dos Direitos Humanos em um momento em que planetariamente uma onda conservadora-fascista se abate sobre todos nós? Como relembrar os malefícios do AI-5 e repudiá-lo para que nunca mais volte a acontecer?

            Pensamos que homenagear aquelas que sempre ficaram na invisibilidade, que lutaram, sofreram, enfrentaram altiva e bravamente a repressão e que, com suas lágrimas, regaram o solo brasileiro para que a resistência ao arbítrio se tornasse mais forte e efetiva, poderia ser uma forma de resistência também.

            Mulheres que, em sua grande maioria já morreram sem saber as circunstâncias dos assassinatos e desaparecimentos de seus filhos, de suas filhas. Morreram sem ver o Estado que os assassinou e desapareceu com seus corpos ser repudiado e responsabilizado. Morreram sem que qualquer governo civil após 1985 reconhecesse os responsáveis por esses crimes, onde seus filhos e suas filhas foram enterrados(as) e como se deram essas bárbaras ações.

            Entendemos que a sociedade, além de conhecer o que foram aqueles anos de terror instaurados pela ditadura empresarial-militar, seus personagens: algozes, perseguidores e perseguidos, conheça também um pouco dessas mulheres que nunca foram visibilizadas, que ficaram sempre fora do palco da nossa história, nos seus bastidores.

            Essas mães guerreiras aqui homenageadas representam todas as demais mães dos (as) companheiros (as) mortos (as) e desparecidos (as), assassinados (as) no ano de 1973.

            Que suas lutas, dores, sofrimentos e lágrimas nos inspirem, nos fortaleçam a continuar resistindo ao fascismo e a toda e qualquer força que diminua, desqualifique e enfraqueça a Vida.

            Nossas homenagens às mães guerreiras, nosso carinho e nossa gratidão!

 

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência, essa ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.”

(Ausência – Carlos Drummond de Andrade)

 

Pela Vida Pela Paz

Tortura Nunca Mais

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