Dirigentes e militantes da Aduff-SSind estiveram no campus do Gragoatá, em Niterói, para dialogar com docentes e com o conjunto da comunidade acadêmica sobre o movimento nacional que busca construir a greve da categoria e da Educação federal. Essa movimentação também ocorreu em outros campi da Universidade Federal Fluminense, em Niterói e fora da sede.
"Acho que é importante todas, todes e todos docentes da UFF estarem presentes na assembleia, para que a gente possa fazer uma análise dessa conjuntura tão adversa que nós servidores públicos, em especial da educação, estamos enfrentando", diz a professora Maria Cecília Castro, presidenta da Associação dos Docentes da UFF - seção sindical do Andes - Sindicato Nacional.
Cecília se refere à assembleia geral descentralizada e simultânea convocada para esta quinta-feira, dia 21 de março de 2024, a partir das 15 horas. "É importante que os professores estejam lá, que a gente possa fazer um debate não só das perdas salariais, como de outras pautas muito relevantes", disse.
A dirigente da Aduff menciona demandas como a recomposição orçamentária da educação federal, as revogações da BNC-Formação, da BNC do Ensino Médio, o fim da lista tríplice e a retirada dos reitores que não foram eleitos e que ainda estão ilegitimamente nos cargos e nas reitorias.
Locais da assembleia descentralizada e simultânea da Aduff: dia 21, 15h - acessar aqui
Encolvimento
Para Julio Figueiredo, ex-dirigente da Aduff, o momento exige muita participação e envolvimento da categoria. "São duas questões fundamentais em discussão: por um lado, reajuste zero só pode ser provocação; por outro, a questão do financiamento da universidade. A própria Andifes já denunciou que a verba que está chegando não dá nem para a saída, em relação às necessidades que a gente tem", argumentou, enquanto participava da distribuição do boletim convocando a participação.
Com a compreensão de que não há conquistas sem luta e mobilização, defende a construção da greve nacional. "Não nos restou [alternativa], é o instrumento de luta mais poderoso que temos, que preferíamos não ter que usar", complementou.
Também no Gragoatá, pouco antes do início da aula inaugural na Faculdade de Educação, na qual o professor Jairo Salles foi homenageado pelos seus 50 anos de magistério, a professora Gelta Xavier conversou com estudantes e docentes presentes sobre a mobilização que está sendo construída.
"Temos questões salariais, mas essa luta é muito mais do que isso", disse, mencionando as outras pautas do movimento, que incluem a reestruturação da carreira docente, revogação de reformas que atacam direitos da classe trabalhadora e a garantia de recursos para o pleno funcionamento da universidade pública no país.
Atuação conjunta
A professora Maria Cecília ressalta a importância da unidade da categoria neste momento delicado e difícil para as instituições federais de ensino. Também menciona a busca da atuação conjunta com técnicos, que já estão em greve, e estudantes, que já aprovaram em assembleia apoio e participação no movimento.
Defende ainda a atuação conjunta com as demais entidades representativas dos servidores e servidoras, como o Sintuff, na UFF, o Sinasefe, a Fasubra e o Fórum Nacional do funcionalismo (Fonasefe). "Precisamos estar juntos fazendo essa mobilização, construindo essa greve [junto com outros setores da educação], para que a gente possa ter as nossas pautas atendidas, como esperamos que faça um governo que contou com a ajuda em especial dos professores para que fosse eleito", disse.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho