Abr
10
2024

Em ato, setores defendem que o futuro da Educação está em jogo no país e a hora é de intensificar a mobilização e a unidade

Em ato, setores defendem que o futuro da Educação está em jogo no país e a hora é de intensificar a mobilização e a unidade / Luiz Fernando Nabuco

A luta pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM) e pela recomposição orçamentária da Educação ganhou as ruas do centro do Rio de Janeiro, na terça-feira (09). Reunindo estudantes secundaristas e universitários,  trabalhadores da Educação federal, da rede municipal e da rede estadual do Rio de Janeiro, a manifestação dialogou com a população, com panfletagens e falas, no Largo da Carioca.

Durante a manifestação, estudantes denunciaram o sucateamento da Educação pública e reivindicaram a recomposição orçamentária para o setor, em nível, municipal, estadual e federal. Entre os relatos, salas sem ar condicionado, instalações elétricas precárias - que resultam em incêndios- e condições de estudo e trabalho insustentáveis, nas escolas e nas universidades públicas.  

Entre os profissionais da Educação, a mesma reivindicação, com valorização das e dos trabalhadores e recomposição salarial. No Estado do Rio, professores e professoras recebem o pior salário do Brasil. O governo Claudio Castro sequer paga o piso da Educação.

A nível federal, servidores públicos realizam Campanha Salarial Unificada para reverter as perdas salarias que se avolumam desde 2016. A base da Fasubra e do Sinasefe já está em greve, diante de mais de um ano de negociação infrutífera com o governo.

Nesta quarta (10), reunião do setor das federais do Andes-SN, decide os rumos da greve dos docentes de ensino superior, a partir do resultado da rodada de assembleias nas seções sindicais de todo o país.

Enquanto ocorria o ato, docentes da UFF, reunidos em assembleia geral, aprovavam a paralisação de 24h no dia 15 de abril e a continuidade das mobilizações para construir as bases da greve na Universidade. Na principal instância do movimento docente da instituição, também deliberaram pela realização de nova assembleia, na semana que vem, e pela rejeição do indicativo nacional para o início da greve no dia 15.

No ato, que também foi convocado pelo Fórum dos Segmentos da Educação Pública, do qual o Andes e a Aduff fazem parte, o professor Luis Acosta, que integra a diretoria do Sindicato Nacional pela regional RJ, convidou para a Marcha a Brasília.

Programada para o dia 17 de abril, a marcha contará com caravanas saindo de diversos estados do Brasil e integra a Campanha Salarial dos SPFs, em apoio às categorias em greve, na luta contra o reajuste zero e por recomposição orçamentária da Educação, inclusive nas políticas de assistência e permanência estudantil.

O docente também alertou para a construção do Encontro Nacional de Educação (ENE) deste ano e afirmou a importância de a classe trabalhadora “debater o caráter programático da Educação para enfrentar o projeto do capital” e de seguir na construção da intensificação da mobilização e da unidade, em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade no país. 

Pela Revogação do Novo Ensino Médio (NEM)

O ato no Centro do Rio também destacou a luta pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM). Representando o Grêmio Estudantil Dandara dos Palmares, a estudante secundarista Gabrielle, do CIEP 201 Aarão Steinbruc, confessou que se sente preocupada e despreparada para chegar à universidade.

“Estou cansada de chegar dentro da sala de aula e ouvir dizerem quem eu nem precisaria estar ali, que essas matérias que a gente tem não vão fazer a menor diferença para o meu futuro. Os professores não são culpados. Por isso a gente luta pela revogação do Novo Ensino Médio, porque a gente quer ter disciplinas de verdade, que agreguem para a nossa formação”, disse.

Em cartilha distribuída pela diretoria do SEPE-RJ, na manifestação, a entidade denuncia que o governo do Estado retirou várias disciplinas da grade do Ensino Médio. Estudantes do terceiro ano estão sem aula de Biologia, Física, Química, Geografia, Filosofia, História e Artes. Além de terem perdido tempo de Matemática e Língua Portuguesa/Literatura.

Professora da rede estadual e do colégio Pedro II, Mariana Moreira conta que no final do ano passado, o governo Lula mandou para o Congresso um projeto de lei de reformulação do Novo Ensino Médio, aprovado pela Câmara dos Deputados, em março deste ano.  

Para ela, que integra a direção do SEPE-RJ e do Comando de Greve do CPII, embora o governo argumente que ouviu as comunidades escolares por meio de uma consulta pública (o que daria legitimidade para o PL que agora segue para o Senado), ele segue sem atender o que os movimentos da Educação reivindicam.

“O que o governo está fazendo é uma pequena alteração que mantém a essência do NEM, que é de diluir disciplinas em grandes áreas do conhecimento, manter professores ‘com notório saber’, permitindo que professores com formação específica deem aula de qualquer coisa. Por isso é importante manter a luta pela revogação do NEM e não deixar essa questão nas mãos de um Congresso conservador e reacionário”, defende.

 Da Redação da Aduff | por Lara Abib

Em ato, setores defendem que o futuro da Educação está em jogo no país e a hora é de intensificar a mobilização e a unidade / Luiz Fernando Nabuco

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