Abr
15
2024

Instituto de Educação Física realiza roda de conversa em dia de paralisação na UFF

Paralisação com mobilização foi aprovada em assembleia do dia 9 de abril para construir a greve docente e dar visibilidade à pauta de reivindicações: recomposição do orçamento da Educação, reestruturação da carreira e reajuste salarial

Nesta segunda-feira (15), a comunidade do Instituto de Educação Física da UFF, em Niterói, driblou a falta de luz inesperada no campus do Gragoatá e realizou uma roda de conversa sobre a conjuntura nacional de desmonte da Educação Pública e, consequentemente, das carreiras do funcionalismo. 

A atividade foi convocada pelo Diretório Acadêmico Guilherme Ripoll e contou com o apoio da Aduff. Integrou a agenda de mobilizações na Universidade Federal Fluminense neste dia de paralisação docente por 24 horas, aprovada em assembleia do dia 9 de abril para construir a greve e dar visibilidade à pauta de reivindicações dos e das professoras da UFF: reajuste salarial; reestruturação da carreira; recomposição dos orçamentos das Universidades e revogaço das medidas antidemocráticas do governo Bolsonaro que impactam diretamente os serviços públicos e o conjunto de servidore(as). 

Conduzida pela professora Adriana Penna, ex-dirigente da Aduff, a roda de conversa substituiu a programação inicial: a projeção do documentário "Espero tua (re)volta", de Eliza Capai, que aborda a  ocupação das escolas estaduais brasileiras por estudantes, em 2015. Pouco antes da exibição do filme, docentes do Instituto de Educação Física foram surpreendidos com a informação de que haveria o desligamento da energia elétrica no campus, por algum período, para a reparação da rede.

"O documentário aborda uma história muito recente, mas que é fundamental para o país, que é a importância da organização dos estudantes naquele momento... E vocês [estudantes da UFF] estavam falando da dificuldade aqui, em Niterói, do restaurante universitário não funcionar no final de semana.. No campus de Santo Antonio de Pádua, não há restaurante, não tem moradia estudantil", disse a docente ao comentar sobre o tempo em que esteve lotada na unidade fora de sede. 

A professora comentou a discrepância entre a realidade de Niterói, já precarizada, com a dos outros campi da UFF - Pádua, Rio das Ostras, Macaé, Friburgo, Campos dos Goytacazes, Angra dos Reis e Volta Redonda, que também sofrem com o sucateamento da Educação. 

Para ela, é preciso que professores e professoras das diferentes universidades do país possam se unir às bases da Fasubra e do Sinasefe, em greve desde os dias 11 de março e 3 de abril, respectivamente, para pressionar o governo federal a negociar de fato com o funcionalismo.

"Da semana passada para essa agora, muita coisa aconteceu nacionalmente. Tenho escutado alguns colegas que estão começando a entender que a dificuldade que estamos vivendo nas Universidades é muito grande. Não queremos tirar uma greve da cartola simplesmente; a greve é um instrumento de pressão da classe trabalhadora", disse Adriana.

Em seguida, outros integrantes da comunidade da UFF também teceram considerações sobre a atual conjuntura e sobre o rumos do movimento grevista. 

Greve da Educação Federal 

A paralisação da UFF ocorre no momento em que, nacionalmente, a categoria docente iniciou greve por tempo indeterminado a partir desta segunda (15). Na UFF, a assembleia convocada pela Aduff reafirmou a deliberação de construir a greve no primeiro semestre e, como parte dessa construção, aprovou a paralisação. Já o indicativo nacional de iniciar a greve no dia 15 foi rejeitado numa votação disputada, por 238 votos contrários e 194 favoráveis. 

Uma nova assembleia descentralizada e simultânea de docentes está sendo convocada pela direção da Aduff-SSind para o dia 18 de abril (quinta-feira), a partir das 14h30min, como parte do cumprimento dessa decisão de construir a greve na Universidade Federal Fluminense. Os locais serão divulgados em breve nos canais de comunicação da Aduff.

Da Redação da Aduff
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco

 

 

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