Mai
28
2024

CEPEx decidirá sobre suspender calendário: UFF é a única do Rio em greve que ainda não suspendeu o calendário ou aulas

Na quarta (29), Comandos de Greve retornam à reunião do CEPEx para debater suspensão do calendário acadêmico na UFF

No Rio de Janeiro, Unirio aprovou na segunda (27) a suspensão do calendário letivo da graduação. Na UFRRJ, Conselho suspendeu aulas no dia seguinte à deflagração da greve docente, que teve início no dia 23 de maio, e marcou reunião extraordinária no dia 6 de junho para debater a suspensão do calendário

Pela suspensão do Calendário Acadêmico, os Comandos de Greve da Aduff, Sintuff e do DCE se reunirão, novamente, para acompanhar, presencialmente, a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal Fluminense (CEPEx). A reunião que acontecerá de maneira online, a partir das 16h de quarta-feira (29), será retransmitida em tempo real, na sede da Aduff-SSind, como uma atividade unificada dos comandos. 

Na reunião do CEPEx do dia 15 de maio, conselheiros dos três segmentos defenderam a importância da suspensão do calendário acadêmico para garantir o direito à greve na UFF, deliberada legitimamente nos fóruns de cada segmento, e em especial o direito das e dos estudantes a um calendário único, com reposição das aulas após o encerramento do movimento grevista, sem serem pressionados a frequentar aulas durante a greve dos três segmentos.

Na reunião do dia 15 de maio, duas minutas de projeto de resolução diferentes foram apresentadas ao Conselho. Uma que defende a suspensão dos calendários Escolar e Administrativo do ano letivo de 2024, encaminhada ao CEPEx pelo conselheiro suplente, Carlos Augusto Aguilar Jr., que integra o Comando Local de Greve (CLG) da Aduff. E outra apresentada pela Pró-Reitoria de Graduação, na figura do pró-reitor Jose Walkimar de Mesquita Carneiro, que defende alterações no calendário acadêmico ao final do período letivo, com rediscussão de prazos e datas.

Com o argumento de dar segurança ao processo decisório de conselheiros e conselheiras, o reitor da Universidade, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, propôs o encaminhamento de ambas as minutas de projeto de resolução para as Câmaras Especializadas da UFF, o que foi acatado pelos proponentes, com o retorno dos debates sobre o mérito das duas minutas na reunião desta quarta (29), após a devolutiva das Câmaras. 

Em avaliação  do Comando de greve da Aduff, a minuta proposta pela Prograd, ao tentar contemplar quem segue dando aula, favorece os interesses daqueles que optaram por não aderir à greve da categoria e que saíram derrotados das assembleias que deliberaram legitimamente pela greve na universidade. 

O Comando segue defendendo que o calendário acadêmico da UFF seja suspenso. Para o CLG docente, a argumentação contrária à suspensão das aulas de graduação sob a argumentação de proteção aos direitos individuais não favorece o conjunto da comunidade universitária e fere o princípio democrático do movimento grevista, uma vez que a decisão pela paralisação do calendário foi aprovada em assembleia e também pelos três comandos locais de greve. 

A suspensão garante maior proteção para estudantes e docentes grevistas, que em alguns departamentos têm sofrido assédio por parte daqueles que não respeitam as decisões coletivas. 

Além disso, o CLG defende que as bolsas de permanência dos estudantes sejam garantidas neste período, por não se tratar de recesso acadêmico ou férias, mas um instrumento importante de luta e garantia de direitos da classe trabalhadora e do movimento nacional de greve.

Federais do Rio em greve, Unirio aprovou suspensão do calendário e UFRRJ suspendeu aulas

Em greve docente desde o dia 2 de maio, a Unirio aprovou, na segunda (27), a suspensão do calendário acadêmico da graduação, em reunião do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE).  A medida respalda a greve de discentes, técnicos-administrativos e docentes e suspende todas as atividades letivas da graduação (aulas, avaliações, entrega de trabalhos), com retroativo a 2 de maio, data de deflagração da greve estudantil.

Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) decidiu na última sexta-feira, 24 de maio, pela suspensão das aulas por 15 dias diante da deflagração da greve de docentes (iniciada no dia anterior, 23 de maio) e pelo agendamento de Reunião Extraordinária do Conselho para o dia 6 de junho, a fim de decidir sobre a suspensão do calendário acadêmico.

A Reitoria da UFRRJ ainda manifestou apoio à pauta de reivindicação da categoria dos docentes da Universidade, que deflagrou greve em assembleia geral Simultânea e descentralizada no dia 23 de maio.

"A Administração Central reconhece que a greve, além de ser um direito constitucional, é uma ferramenta de luta da categoria pela valorização do trabalho docente e de defesa da universidade pública, por meio de propostas de recomposição salarial e reestruturação da carreira, mas também das exigências de recomposição do orçamento das universidades e todas as ações correlatas", destacou a reitoria da UFRRJ, em nota.

Outras universidades pelo país, como a UFAL, a UFLA, a UFOP e a UFV também já aprovaram a suspensão do calendário, como parte da luta da Educação Federal em greve por recomposição orçamentária e salarial das instituições de ensino superior. 

A própria UFF, na greve de 2012, aprovou a suspensão do calendário, a partir de indicação do Conselho Universitário (CUV).

Da Redação da Aduff
Por Lara Abib

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